Os Millennials
Pedro Brás da Silva é consultor de corporate finance da Deloitte. Licenciou-se em Economia pela UMinho, onde também presidiu o Núcleo de Alunos de Economia (NAECUM) e foi monitor de aulas práticas. Em 2013-15 exerceu funções de chefe de gabinete do secretário de Estado Adjunto do ministro da Administração Interna, Fernando Alexandre, atual pró-reitor da UMinho.
Nuno Pires está há dez anos no Laboratório de Investigação Farmacológica do Departamento de I&D da Bial, liderando o Serviço de Modelos Experimentais e de Biomarcadores. Formou-se em Biologia Aplicada na UMinho, incluindo o período Erasmus de estágio na Holanda, onde se doutorou na Universidade de Leiden. Voltou à alma mater para um pós-doutoramento no ICVS.
Quem era quando chegou à Universidade do Minho?
Pedro Brás da Silva: Era um jovem de 18 anos cheio de sonhos, com vontade de aprender e de conhecer pessoas. Na universidade começa-se a descobrir mais mundo e aprende-se de forma diferente. Escolhi Economia porque sempre tive curiosidade em perceber os fenómenos sociais e algum gosto por política.
Nuno Pires: Foi há vinte anos…! [sorriso] Era um jovem vindo de Santarém. Optei por Biologia Aplicada, ainda recente, porque abria portas para a investigação científica, uma carreira que eu ambicionava. Tinha também uma índole laboratorial e extremamente prática e permitia conciliar estudos com o programa Erasmus.
Que transformações é que o percurso académico lhe provocou?
Pedro Brás da Silva: Foi uma experiência que marcou a minha vida. O curso foi a escolha certa e superei as minhas expetativas. A universidade criou todas as condições para isso, não só no estudo mas também no companheirismo e no conforto psicológico para crescer como aluno e pessoa, tornando-me interessado, curioso e aplicado. Alguns cargos que tive (presidente do NAECUM e monitor convidado) exigiram responsabilidade, métodos de trabalho e trabalho em equipa, o que foi uma boa base. Aprendi também que cada um deve avaliar as suas características, perceber as oportunidades que há à sua volta e rodear-se de pessoas boas.
Nuno Pires: A UMinho deu-me bases para estar onde estou hoje; permitiu-me consolidar o conhecimento, que me levou, com confiança, a avançar para cinco anos fora do país e, ao regressar, aceitar-me com cumplicidade para o pós-doutoramento noutra área. Incutiu-me a responsabilidade de trabalho, a inovação diária, o grau de exigência e a capacidade de aceitar desafios e de me fazer sentir capaz. A licenciatura é uma aposta ganha em termos de I&D, somos já muitos colegas nesta nova geração de cientistas que cá e lá fora fazem inovação. Estou num trabalho que me honra e orgulha, numa equipa pequena, motivada, de excelência, que já colocou dois novos medicamentos no mercado.
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