Vir, ver e vencer o percurso académico

30-05-2018

Nuno Reis

Importa preocuparmo-nos em sermos competitivos, conscientes e disponíveis. Sobretudo, em sermos excelentes cidadãos.


“Veni, Vini, Vici” - o ponto de partida e chegada para dissertar sobre os desafios dos estudantes e a grande batalha pessoal que é ingressar no Ensino Superior. As escolhas do percurso académico e a preparação do futuro profissional são questões existenciais para qualquer estudante universitário. “O que quero ser quando for grande?”: esta frase, repetida vezes sem conta, é o primeiro vislumbre possível do futuro profissional de cada criança.
 
À medida que nos vamos aproximando da derradeira idade para tomar esta decisão vamos deixando de enfatizar o “sonho” para dar lugar ao nosso consciente. Desengane-se quem acha que esta é a decisão mais importante do percurso académico. A escolha do curso é uma decisão reversível. Por outro lado, o tempo não pára e a energia vai-se esgotando à medida que os anos vão passando: importa decidir como usá-la.
 
Atentemos nas Universidades como verdadeiros centros de conhecimento: onde se moldam sociedades e tudo se questiona. Aqui reside o verdadeiro desafio: gerir o tempo e os vários interesses face à multiplicidade de oferta educativa e cultural existente. A mentalidade de um jovem que ingressa no Ensino Superior deve estar absolutamente orientada para se formar enquanto cidadão e não apenas como profissional. A atividade extracurricular promove o engajamento e consciência social e permite adquirir competências interpessoais, fulcrais para a prossecução de objetivos pessoais e profissionais. São estas as verdadeiras batalhas: escolher ocupações, definir quanto tempo lhes dedicar e saber retirar delas os ensinamentos certos.
 
Importa entender que o Futuro para o qual caminhamos a uma velocidade galopante será mais desafiante do que em qualquer outro momento da História. Rapidamente existirão máquinas mais inteligentes, rápidas e produtivas do que qualquer pessoa. Teremos que ser muito mais exigentes com o fator que nos distingue dos robots: a humanidade. Neste Amanhã, não haverá espaço para pensar de forma isolada, para padrões ou determinações: teremos de agir globalmente, capacitar-nos e, acima de tudo, promover a dignidade humana.
 
Como vencer este desafio? Procurar sempre retirar a melhor experiência em cada pequena coisa que possamos fazer. Estudar é fundamental, mas não é tudo. A energia da juventude e o desprendimento face a muitos fatores pessoais devem ser aproveitados. É preciso combater a ideia de que no Ensino Superior só existe tempo para estudar: tem que existir tempo para errar, viver e vivenciar. Porque o Mundo precisa, cada vez mais, de pessoas com um alto nível de consciência social, rumo a uma sociedade progressivamente mais justa.
 
Não existem fórmulas mágicas para responder aos desafios e dificuldades do percurso académico. Cada caso é um caso. Importa preocuparmo-nos em sermos competitivos, conscientes e disponíveis. Sobretudo, em sermos excelentes cidadãos. Só assim venceremos enquanto individuais e enquanto Sociedade. Vir, ver e vencer: nos estudos e na vida!

 
Presidente da Associação Académica da Universidade do Minho