“Quer para quem estuda fora do conforto do lar, quer para quem tem Guimarães como berço, pertencer a esta família criada há mais de duas décadas ainda é algo inexplicável. Ou por lágrimas de nostalgia de quem já passou ou pela energia e brilho no olhar de quem ainda luta por este projeto. Só quem vivencia este espírito sabe o que é a Tun’Obebes”. É assim que a tuna feminina mais antiga da UMinho dá as boas-vindas a quem visita o seu
site. Por lá podem ser apreciados alguns dos temas originais mais importantes, além de fotografias das primeiras atuações e de outros momentos relevantes.
A
Tun’Obebes - Tuna Feminina de Engenharia da UMinho nasceu em pleno mês de dezembro de 1992 por iniciativa de 31 universitárias apaixonadas pela música e tradição da região. Depois de vários ensaios numa sala disponibilizada pelo
Círculo de Arte e Recreio de Guimarães, as tunantes estrearam-se com um espetáculo no clássico Teatro Jordão, inserido no programa das Monumentais Festas do Enterro da Gata'93. Este foi o início de uma longa caminhada marcada por inúmeros prémios e participações em eventos nacionais e internacionais.
"Sentimos um grande orgulho por termos sido as impulsionadoras das tunas femininas nesta Universidade. O nosso percurso sempre foi pautado pela música e, sobretudo, pela amizade que temos umas pelas outras, intra e intergerações”, afirma a presidente da Tun’Obebes, Carolina “Tubaralhas-me” Madureira. As bodas de pratas estão a ser comemoradas desde dezembro, com espetáculos e convívios. “É fantástico ver como todas as gerações se têm vindo a manifestar, juntando-se a nós para recordar os velhos tempos e dar um pouco mais de si a este projeto”, continua, emocionada.
O
reportório do grupo contém temas originais, como “
Guimarães Preciosa” e “
Capas Negras”, e adaptações de músicas de artistas portugueses e brasileiros de referência, desde Zeca Afonso a Elis Regina. Sem esquecer a “Rapsódia”, que faz a junção de temas populares, como “Laurindinha”, “Ó Rosa arredonda a saia” e “Uma casa portuguesa”, entre outros. Estes êxitos, e muitos mais, podem ser ouvidos, por exemplo, no Serenatas ao Berço, um festival que é organizado anualmente pela Tun’Obebes e traz à cidade-berço grupos culturais de todo o país. Para participar nos ensaios, não é preciso saber cantar ou tocar, basta aparecer com muita vontade de aprender, referem as tunantes, que se reúnem todas as segundas e quartas-feiras, das 21h30 às 23h30, no edifício da Associação Académica, em Guimarães.
Gatuna celebra com 12 atividades
A comemorar o seu 25º aniversário está também a Gatuna - Tuna Feminina Universitária do Minho, com um vasto programa de atividades a decorrer até ao próximo ano. A apresentação da programação encheu no final de abril o salão medieval da Reitoria. Entre as várias iniciativas previstas destaca-se o habitual Trovas, que este ano decorre a 20 de outubro e tem o mote “O Desporto”, associando-se assim à Braga Cidade Europeia do Desporto 2018.
As comemorações incluem ainda o projeto MIAU, uma exposição fotobibliográfica, um piquenique entre gatunas e familiares, uma digressão e um concerto intimista, que encerra as celebrações a 27 de abril de 2019.
Escrevem as ‘gatunas’ no seu facebook que a ideia de criar o grupo surgiu durante um jantar, “numa noite fria de finais de outubro de 1992”, que “começaram a fingir que tocavam e cantavam”. “A culpa foi do jantar”, lê-se na publicação. São hoje conhecidas pelo seu traje verde e preto e por temas originais como “ Braguesa”, para o qual gravaram um videoclipe em alguns dos espaços mais emblemáticos de Braga. A Gatuna tornou-se, assim, a primeira tuna feminina a realizar um videoclipe em Portugal. Também já apresentou as suas músicas em vários palcos do país e do estrangeiro, incluindo no Canadá e na Irlanda.
O grupo integra cerca de 70 elementos, da primeira à ultima geração. “Ninguém deixa de fazer parte do grupo mesmo depois de sair da universidade”, adianta Maria Valada (que tem a alcunha "Muffin"). "E temos conseguido juntar toda a gente em jantares de natal, aniversários e piqueniques. O último encontro envolveu até os filhos e maridos de algumas gatunas fundadoras. Este espírito de família é importante”, acrescenta a responsável. Os ensaios realizam-se à terça e quinta-feira, a partir das 21h30, no Bar Académico de Braga.
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Lenço dos namorados e capotilha inspiram traje da Tun’ao Minho
Cerca de duas décadas depois fez-se ouvir o primeiro afinar de voz da mais recente tuna feminina da academia, a
Tun’ao Minho. Com um traje que enverga o lenço dos namorados e a capotilha (capinha), fez a sua “antestreia” em 2013 no Colóquio de Relações Internacionais da UMinho, dando-se a conhecer a toda a comunidade no Enterro da Gata daquele ano. Lançou há três anos a primeira edição do festival Tunão. As mulheres estão também presentes na
Literatuna e na
Tuna de Medicina, que são mistas.