30 anos do Enterro da Gata, do traje, da RUM e do CAUM

31-05-2019

Nuno Reis

Na história das tradições académicas o protagonista somos sempre nós - os estudantes. E é assim que a história deve continuar a ser escrita.


Em 1989, a direção da Associação Académica da Universidade do Minho (AAUM), presidida por Luís Novais, reinventava as tradições académicas minhotas. Nesse ano surge o traje académico atual, sucede-se a legalização e formalização da Rádio Universitária do Minho (até então uma "rádio-pirata"). Foi, ainda, em 1989, que nasceu o Coro Académico da Universidade do Minho - em 1989, Grupo Coral da AAUMinho - e que a Associação Académica "transformou" a Semana Académica de Braga nas tradicionais Monumentais Festas do Enterro da Gata, recuperando uma tradição secular que remonta ao período da existência do Colégio de São Paulo, no século XVI.

Consequentemente, podemos dizer que celebrar os 30 anos destas tradições académicas minhotas e das entidades mencionadas, é, fundamentalmente, celebrar a criatividade, a irreverência e a distinção que os estudantes minhotos aprenderam a personificar e conceder valor. É, também por isso, que devemos estar orgulhosos de todo o percurso que tem sido feito ao longo destes 30 anos, na preservação das tradições académicas, mas também na capacidade de as reinventarmos ao longo do tempo, fazendo jus à irreverência e inovação que deve caracterizar a visão transformadora dos estudantes, nas suas Academias e na Sociedade.
 
2019 marcará, de forma muito clara, mais um ano de afirmação destes desígnios. O Coro Académico da Universidade do Minho está a celebrar os seus 30 anos com um excelente programa de atividades, procurando promover a Academia Minhota e o trabalho desenvolvido pelo CAUM no decorrer das últimas três décadas. A Rádio Universitária do Minho, para além da programação dedicada aos seus 30 anos, inaugurará os seus novos estúdios no edifício do gnration, no centro da cidade de Braga, constituindo mais um passo para a consolidação da qualidade deste projeto de comunicação independente. E, por sua vez, a Associação Académica da Universidade do Minho "passou" no teste da nova localização das Monumentais Festas do Enterro da Gata, desta feita no Altice Fórum Braga, aproximando o evento da cidade de Braga e abrindo um novo capítulo na história do evento - um capítulo sobre o qual haverá certamente muito mais por escrever e falar.
 
Por tudo isto, creio que fica claro que a vontade dos estudantes será sempre transformar. Porque, como recentemente escrevia, na história das tradições académicas o protagonista somos sempre nós - os estudantes. E é assim que a história deve continuar a ser escrita. Uma história que poderia ser escrita de muitas formas mas apenas com os rostos dos estudantes que personificaram toda esta atividade: do Luís Novais aos restantes presidentes e direções da Associação Académica; do alumnus que participou no Cortejo Académico de 1989 e que agora vê os seus filhos neste desfile; e, fundamentalmente, da quase centena de milhar de estudantes que viveu e fez viver a Melhor Academia do País.


Presidente da Associação Académica da Universidade do Minho