"Gosto muito de trabalhar na UMinho, já lá vão 30 anos"

17-02-2020 | Paula Mesquita | Fotos: Nuno Gonçalves

No 44º aniversário do ILCH, a 12 de dezembro de 2019, recebeu um ramo de flores da presidente do Instituto, Isabel Ermida

As suas tarefas incluem o atendimento geral, o apoio à presidência, a docentes, a investigadores e a reuniões ou a logística de reservas, recibos, fotocopiadoras e processos online, entre outros

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Sameiro Carvalho

Bracarense de 62 anos, trabalhou como modista e numa loja. Em 1989 tornou-se auxiliar de manutenção do edifício do ILCH, ainda a ser equipado. O seu empenho levou-a da manutenção ao secretariado. Faz atendimento, logística, apoio à presidência e a reuniões, entre outros. A assistente operacional é hoje uma das distinguidas no Dia da UMinho por três décadas na função pública.



Quais são as suas origens?
Nasci em Tenões, Braga, onde fiz a minha formação primária e a 6ª classe, equivalente ao 2º ciclo. Com 15 anos vim para Ferreiros, onde ainda resido. Comecei a trabalhar aos 13 anos como modista. Depois estive numa loja comercial.
 
Entretanto, entrou na UMinho.
Sim, a 1 de dezembro de 1989. A universidade abriu candidaturas em 1988 para algumas vagas. Fui à entrevista, mas não fui chamada. Em 1989 foram recrutadas algumas pessoas que ficaram, em termos de pontuação, logo a seguir nas candidaturas do ano anterior. Fiquei colocada no edifício do Instituto de Letras e Ciências Humanas [ILCH, que vai designar-se em breve Escola de Letras, Artes e Ciências Humanas, ELACH]. O edifício estava novo e vazio. Lembro-me de chegarem os primeiros móveis. Em 1988, no campus de Gualtar ainda só havia os Serviços Técnicos e o CP I [Complexo Pedagógico I]. 

Trabalhou sempre no ILCH.
Sim, já lá vão 30 anos. Nunca saí e espero aqui ficar até à aposentação. Está para breve, devido à minha longa carreira profissional.
 
O que sentiu no seu primeiro dia no campus?
Ao entrar, senti que era um local em que eu iria fazer o que realmente gostava, que teria mais condições para aprender coisas novas e, também, para melhorar as minhas capacidades e funções. Sempre gostei de lidar com papéis e dos serviços administrativos.
 
O que começou a fazer?
Na verdade, comecei em tarefas de manutenção de espaços, como as limpezas. Não havia empresas de limpeza nessa altura, só surgiram mais tarde. Eu estava afeta aos Serviços Técnicos, mas para o edifício que sediava o ILCH, além das Ciências Sociais e, no rés-do-chão, a Economia e Gestão. Havia três funcionárias para a limpeza do edifício, uma por cada Escola, digamos assim. Este foi o segundo edifício a surgir, após o CP I, e o da Escola de Ciências foi o terceiro. Aos poucos, as funcionárias foram sendo integradas nas respetivas Escolas. Eu fui-me interessando, desde cedo, em apoiar na secretaria, em ajudar nos serviços administrativos. Aos poucos, perceberam que eu era útil, que estava sempre empenhada e, bem, é o que faço hoje [sorriso].
 
Que atividades foi desenvolvendo?
Comecei por distribuir correio, auxiliar nas fotocopiadoras, verificar os chaveiros, dar apoio aos docentes, encaminhar pedidos… Entretanto, ao longo do tempo fui fazendo formações na UMinho, como na plataforma DocUM, para exercer as funções do dia a dia. Atualmente, faço a gestão de plafonds das fotocopiadoras e do economato, comunico as avarias, registo acessos, faço atendimento geral, agendo e dou apoio a reuniões e a eventos, ajudo os investigadores… Enfim, são pormenores do dia a dia que podem ajudar a fazer a diferença. Estou associada à secretaria da presidência do ILCH, mas no fundo dou apoio geral a todos os Departamentos [são sete: Estudos Asiáticos, Germanísticos e Eslavos, Ingleses e Norte-Americanos, Portugueses e Lusófonos, Românicos, Filosofia e Música], inclusive para o Teatro, em Guimarães.

O que a marcou mais no seu percurso?
Gosto de estar aqui. Tive um percurso bom. Aprendi bastante e lidei com muita gente. Levo uma boa recordação do reconhecimento de todos os professores, desde os mais antigos. E também dos meus colegas, dos investigadores e dos estudantes.
 
É uma pessoa fácil de lidar?
Acho que sim. Sou reservada e evito confusões.
 
Como vê o campus de Gualtar três décadas depois?
Quando cheguei, não imaginava que iria ter a dimensão atual. Cresceu em muitas áreas.
 
O que significa para si ser distinguida no Dia da UMinho?
É uma boa recordação por todos os anos de serviço nesta casa, a qual gostei de servir e que me reconhece.
 
Que planos tem para o futuro?
Realizar tarefas que até ao momento não tenho tido disponibilidade.
 
Há algo que deixou para trás e queira retomar?
Se eu fosse mais nova, voltaria a estudar. Neste momento, talvez não. Vou ter outras ocupações.



  Curiosidades
 
  Uma música. As de Nat King Cole.
  Um livro. É difícil escolher.
  Uma viagem. Viena de Áustria e serra da Estrela.
  Um prato. Arroz de zimbro, típico da serra da Estrela.
  Um clube. Não ligo a isso.
  Um passatempo. Não tenho.
  Um vício. Também não tenho.
  Um momento. O nascimento dos meus dois filhos [Andreia e Rafael].
  Um sonho. Viver o dia a dia em paz e sossego.
  A UMinho. Proporcionou-me um percurso de aprendizagem, de convívio e de mais conhecimentos.