Transição para o digital "é inevitável"
Como perspetiva as publicações académicas em termos de formatos e narrativas?
A transição para o digital é inevitável para praticamente todos os tipos de produção informativa. Não diria exclusividade, mas uma maior aposta aí. Os consumos online cresceram, sobretudo no mobile, onde se acede em contínuo, e quem quer comunicar deve fazer esta aproximação. Digamos que a publicação institucional pode fazer comunicação mais ligada ao agendamento estratégico da academia e tendencialmente positiva, ao passo que a jornalística pode falar do que fazem os alunos, de projetos alternativos ou alertar para situações. É aí que às vezes há certa tensão e atrito – se o “ComUM” fala de uma RGA polémica, é indicativo de produção jornalística com impacto real na qualidade de vida da comunidade.
Com a aposta no digital, o público é o mundo?
Não podemos ter a ambição de que tudo o que produzimos vai interessar a toda a gente. Esse é um impulso comum e gera ruído. Há conteúdo que só faz sentido para os antigos alunos, por exemplo. Se a instituição difundir, para todos os destinatários, desde as datas de provas de mestrado até uma inovação fabulosa, esta última perde-se em termos de impacto. A escassez de informação passou agora a escassez de atenção, disse Herbert Simon, Nobel da Economia. A estratégia passa por segmentar conteúdos para audiências específicas.
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