"UMinho I&D" comemora 10 anos a levar ciência aos ouvintes da rádio

30-11-2024 | Pedro Costa

Vanessa Batista e Elsa Moura nos estúdios da RUM, no centro de Braga

Vanessa Batista é também um dos rostos das reportagens da RUM sobre a academia minhota

A Rádio Universitária do Minho nasceu há 35 anos e está sediada desde 2019 no edifício gnration

O programa pode ser ouvido nos 97.5FM à quinta-feira (20h00) e à sexta-feira (13h00) ou em podcast, em www.rum.pt

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O programa semanal na Rádio Universitária do Minho já deu voz a 500 investigadores de todas as áreas.




O "UMinho I&D" vai "do laboratório para a rádio, com a investigação da universidade". Explora há uma década os caminhos dos projetos científicos e dos cientistas. O programa já esteve a cargo da atual diretora de informação da RUM, Elsa Moura e atualmente é conduzido pela jornalista Vanessa Batista, com quem falámos sobre os objetivos e as perspetivas deste projeto.


Para quem não conhece, como e em que dias o programa é transmitido?
Ao longo dos anos, o UMinho I&D tem tentado adaptar-se ao público que, cada vez mais, procura conteúdos mais imediatos. Até 2017, o programa esteve a cargo da jornalista e diretora de informação da RUM, Elsa Moura. Desde 2018, já comigo, o programa passou a emitir conversas entre os 15 e os 20 minutos todas as quintas-feiras, sendo que, mais recentemente, é repetido no dia seguinte, sexta-feira, pelas 13h00. É uma forma de tentar disseminar por mais ouvintes trabalhos de grande valor, que muitos não imaginam estarem a ser desenvolvidos nos laboratórios da Universidade do Minho. Além disso, está disponível online o podcast do programa, para se ouvir em qualquer altura.
 
Quantos cientistas terão passado pelo programa?
Em média, por ano passam pelos estúdios da RUM cerca de 50 investigadores de diferentes escolas, laboratórios e, por vezes, também spin-offs ou alumni da academia. Tendo em conta que o projeto nasceu há 10 anos, penso que não será errado apontar para perto de 500 cientistas terem divulgado os seus trabalhos aos microfones da Universitária.
 
Há algum momento marcante que possa ser considerado?
Para mim, é sempre gratificante perceber que alguns dos projetos que já passaram pelo programa conseguiram singrar, nomeadamente com a entrada no mercado. Sinto que tive um pequeno contributo para esse sucesso, o que me alegra. Por outro lado, ter a oportunidade de conversar com a diretora-geral do INL [Clívia Sotomayor Torres], a eurodeputada e agora ministra do Ambiente e Energia [Maria da Graça Carvalho], em Estrasburgo, ou perspetivar os próximos 50 anos da UMinho com o professor Fernando Alexandre, que ocupa o cargo de ministro da Educação, Ciência e Inovação, é muito prestigiante.
 

Saber simplificar a informação

Quais são as maiores dificuldades que um jornalista pode encontrar numa entrevista de cariz científico?
O maior desafio é sem dúvida tentar simplificar a informação, de modo a que quem está a ouvir possa compreender o que é, por exemplo, um fago. O panorama tem vindo a melhorar, mas a realidade é que, por vezes, os investigadores estão pouco habituados a falar para as massas que não dominam temas da química, física ou medicina. A pandemia foi dos momentos em que tentamos desmistificar conteúdos ou, recentemente, focámos medicamentos como o Ozempic e a culpabilização de pessoas com obesidade, que também podem beneficiar do mesmo. Quando faço um guião, penso sempre que se eu não sei determinado aspeto, quem me ouve também pode estar na mesma situação e não há mal nenhum em não perceber de tudo.
 
De que forma este programa e este tipo de conteúdo pode servir os públicos da RUM?
Informar é a grande missão da RUM. Quer seja sobre temas ligados à academia, colocados muitas vezes em segundo plano nos media nacionais, como também no panorama musical com propostas alternativas. Podemos não ter um Nobel, mas a verdade é que existem trabalhos de excelência que são made in UMinho e é dever da RUM tentar que esse conhecimento chegue até aos minhotos e não só. No fundo, é dizer que na Universitária há espaço para a diferença e liberdade para abordar todo o tipo de temas. 
 
Pode dizer-se que este programa acentua a relação da RUM com a Universidade?
Sem dúvida que o "UMinho I&D", assim como o "Alumni pelo Mundo" e o "UMinho em Antena", são programas na antena da RUM que, no meu entender, ajudam a cultivar um sentimento de comunidade UMinho.