“É muito importante darmos este passo no reconhecimento da inovação pedagógica”

17-02-2025 | Sofia Gomes | Fotos: Nuno Gonçalves

1 / 4

A primeira edição do Prémio de Mérito na Docência da UMinho tem como vencedor Rui Lima, professor da Escola de Engenharia e investigador do Algoritmi.




Rui Manuel de Sá Pereira Lima é professor associado com agregação do Departamento de Produção e Sistemas da Escola de Engenharia da Universidade do Minho (EEUM) e coordenador do Grupo de Investigação em Engenharia e Gestão Industrial do Centro Algoritmi. Além de estar envolvido em projetos de Lean Production e Lean Healthcare, tem desenvolvido trabalhos de investigação na área da Educação em Engenharia, nomeadamente sobre Aprendizagem Baseada em Projetos Interdisciplinares (PBL), Cooperação entre Universidades e Empresas (UBC) e Aprendizagem Ativa. Participou recentemente em projetos internacionais com universidades da Europa, Ásia e América do Sul e é membro do conselho editorial do European Journal of Engineering Education, do Production Journal e do Production Engineering Archives.

Rui Lima foi diretor de curso do mestrado integrado em Engenharia e Gestão Industrial e membro da equipa diretiva do programa doutoral em Engenharia Industrial e de Sistemas. Foi, também, membro do Comité Consultivo do centro de investigação UNESCO UC/PBL, da Universidade de Aalborg (Dinamarca), e participou no Comité Académico do consórcio internacional Colégio Doutoral Tordesilhas em Engenharia de Produção. Nos últimos anos, tem exercido funções como membro eleito do Conselho de Escola da EEUM, como líder da iniciativa para a inovação pedagógica desta Escola e como membro do Centro para a Inovação e Desenvolvimento do Ensino e da Aprendizagem (Centro IDEA-UMinho).

 


 

O que nos pode dizer sobre o seu percurso na docência?
Eu tirei o curso de Engenharia Eletrotécnica e de Computadores na Universidade do Porto. Vim para a Universidade do Minho em 1995, logo para o Departamento de Produção de Sistemas [DPS] e, desde essa altura, estou ligado às áreas da Gestão da Produção, Gestão de Projetos e Manufacturing. São as minhas áreas de trabalho principais, tanto do ponto de vista do ensino como da investigação. Sou docente do DPS e tenho vindo a colaborar com projetos interdisciplinares na área da Engenharia e Gestão Industrial, desde 2005.

Coincidiu com a preparação para o processo de Bolonha?
Sim, na transição. Nessa altura, começámos a criar projetos interdisciplinares, unindo várias unidades curriculares e isso foi crescendo ao longo do tempo. É já uma marca na Engenharia de Gestão Industrial. Em particular nos últimos anos, tenho estado mais focado num projeto de interação com empresas. Fazemos com que os estudantes possam ir a empresas, uma vez por semana, e lá tentem resolver problemas articulados com os resultados das aprendizagens e o contexto é uma empresa real. Isso traz um diferencial muito grande para o desenvolvimento das competências desses estudantes. Claro que isto envolve uma equipa muito grande, muito motivada para estas áreas de inovação pedagógica. Eu sou apenas uma cara dentro do que tem sido feito nesse contexto.
 
O que significa para si receber este Prémio de Mérito na Docência?
É muito gratificante. É um orgulho grande poder receber este Prémio. É apenas uma representação daquilo que os docentes da Universidade do Minho fazem. Claro que há aqui uma equipa mais próxima que tem colaborado muito com aquilo que nós vamos fazendo nos contextos da inovação pedagógica, mas eu acho que sou mesmo apenas mais uma pessoa desta academia que está a ter o reconhecimento ao nível da docência. Acho que é superimportante a universidade dar este passo. É mais um passo naquilo que se tem feito na inovação pedagógica e no reconhecimento da inovação pedagógica. E estamos cada vez mais a mostrar que isso é importante: não só a investigação, mas também a parte da inovação pedagógica e da prática docente. O chegar aqui não é só o que eu faço na prática – que é importante –, mas também é aquilo que eu fui fazendo fora de portas, muitas vezes a tentar apoiar outras instituições, projetos Erasmus, etc., para virmos a implementar abordagens inovadoras. E, portanto, acho que acabamos por, desta forma – investigando um bocado sobre as práticas e explorando essa internacionalização –, levar o nome da Universidade do Minho mais longe.