"A minha aprendizagem na UMinho foi gigantesca”

30-06-2016 | Paula Mesquita

Há trinta anos que Conceição Marques é funcionária da Universidade do Minho

Trabalhou três anos como tarefeira na secretaria da Escola de Engenharia e, de seguida, iniciou a carreira administrativa

O seu local de trabalho situa-se no Departamento de Produção e Sistemas, no campus de Gualtar, em Braga

Começou a dar aulas de desporto na UMinho através da Associação de Funcionários (AFUM). Na foto, com alunas de "fit mix"

As modalidades iniciais foram-se perdendo e ganharam importância outras, como bodypump, cycling (na foto) e pilates

Na Geira Romana em maio de 2014, pela equipa Turbulentos. O desporto é uma paixão da qual não se consegue “desprender”

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Conceição Marques

Em fase de megaeventos desportivos destacamos a funcionária do Departamento de Produção e Sistemas que é também monitora de fitness da academia. Nasceu em Ferreiros, Braga, em 1963. Mal chegou à UMinho começou logo "a gostar muito" do seu trabalho.


Em que ano veio para a Universidade do Minho?
Foi em 1986, através do professor Romero. Na altura, a sua secretária pessoal teve um problema de saúde e eu vim substituí-la nas funções que exercia no Senado Académico. Fiz todo o serviço de secretariado: telefone, correspondência, agenda de compromissos, etc. Comecei a trabalhar como tarefeira e a gostar muito do que fazia. O professor Romero foi (e continua a ser) uma grande referência para esta academia e também o foi para mim! [sorriso]
 
A substituição, de temporária, passou quase a “definitiva”.
É verdade. Ao fim dos três meses de ausência, a funcionária regressou e eu, felizmente, e mais uma vez com a ajuda do professor Romero, tive a oportunidade ir trabalhar para a secretaria da Escola de Engenharia que, na altura funcionava nos antigos pavilhões da Rodovia. Tive o privilégio de trabalhar com o sr. Falcão. Aprendi com ele grandes lições profissionais! [sorriso] 
 
Mudou de funções?
O serviço era completamente diferente, largamente administrativo, que envolvia também a parte financeira da Escola. Comecei a fazer documentos de despesa e a dar seguimento aos procedimentos inerentes, fazia ofícios e outro tipo de comunicações. A forma de trabalhar era bem diferente da atual, muito mais exigente. Não havia email! [risos]. Muita da correspondência entre a secretaria e os docentes era em papel e com recurso aos cacifos pessoais. E usávamos máquinas de escrever! [sorriso] Por isso, era tudo mais exigente - não podia haver enganos, e bastante demorado! Mais tarde chegaram equipamentos mais avançados. Comecei a trabalhar com Macintosh, com PC’s e a utilizar novos softwares.
 
O que a marca mais desses tempos iniciais?
Entrei para a UMinho nos seus primeiros anos de existência e, por isso, a minha aprendizagem, que acompanhou a evolução normal tanto da tecnologia, como da própria instituição, foi gigantesca. Acho que fui uma privilegiada. Parte desta aprendizagem devo ao sr. Falcão. Era um profissional muito dedicado à máquina, à eletrónica. Fazia questão de acompanhar a evolução e isso contagiou quem o rodeava. O entretanto extinto Centro de Informática era o serviço responsável pela formação dos funcionários e ali aprendi também muito do que sei hoje. 
 
Como evoluiu profissionalmente desde então?
Trabalhei como tarefeira/aquisição de serviços na secretaria da Escola de Engenharia durante três anos, ao fim dos quais, iniciei a carreira administrativa, propriamente dita e, a partir daí fui evoluindo profissionalmente. Começaram a surgir as oportunidades trazidas pelos concursos públicos e eu candidatei-me a alguns. Foi precisamente através de um desses concursos que passei para o Departamento de Produção e Sistemas (DPS), em Gualtar (pois a sede do departamento é em Azurém). Acabei por ficar na mesma Escola! [sorriso] As funções que me foram atribuídas são praticamente as mesmas de hoje. Faço secretariado e presto apoio ao departamento: aos docentes, aos projetos, ao centro de investigação e algum apoio aos alunos do mestrado. 
 
Entretanto, sentiu vontade de retomar os estudos.
Sim. Entrei em Tecnologias e Sistemas de Informação. Ainda fiz o primeiro semestre, mas não consegui continuar. O curso era exigente e funcionava em Guimarães. Para além de tudo, ainda tinha o desporto, que é a minha grande paixão [sorriso] e que, continuando, também exigia que eu fizesse muita formação. Como não podia falhar em nada, tive que optar e nas minhas escolhas pesou mais aquilo que eu gostava realmente de fazer! [sorriso] 
 
A ligação ao desporto começou aqui na UMinho?
Sempre gostei muito de desporto e foi isso que permitiu que pudesse praticá-lo e ensiná-lo cá. Na altura, frequentava o BodyGym e dedicava uma parte desse tempo à minha formação pessoal: fazia diversas formações, participava em conferências… . A partir daí, fui tendo várias oportunidades para exercer e ganhar experiência: substituí colegas e dei algumas aulas por convite. Na UMinho comecei através da Associação de Funcionários. Foi em 1996. Convidaram-me para dar umas aulas a funcionários (aeróbica, step, hip-hop,…) e mais tarde tornei-me monitora dos Serviços de Ação Social. Fui “estrear” as aulas de fitness no Pavilhão Desportivo de Gualtar e comecei a dar aulas de aeróbica. Desde então foi sempre a crescer! Os alunos deixaram de ser apenas funcionários, as modalidades que dava inicialmente foram-se perdendo e ganharam importância outras: bodypump, pilates, cycling e outras mais “na moda”! Foi uma evolução considerável e, mais uma vez, tive que a acompanhar; fiz muita formação para me adequar. As próprias exigências da área alteram-se e hoje é necessário renovar-se o título de profissional de cinco em cinco anos.
 
Qual é a modalidade que mais gosta?
 Adoro a área fitness! E por outro lado, adoro o atletismo! Estão em paralelo. Para além das minhas funções de monitora, pertenço a um grupo de atletismo - “Os turbulentos”! [sorriso] É um grupo fantástico. Costumamos juntar-nos para treinar e participar em várias provas de atletismo, como meias-maratonas e ainda trail´s tirando proveito do ar puro e da natureza. Todas as sextas-feiras vamos até ao centro de Braga a correr para tentar sensibilizar as pessoas para a importância do desporto. 
 
Tem os dias muito ocupados.
Mas não me consigo desprender de nada! Corro muito, mas quem corre por gosto, não cansa! [sorriso] 
 
As pessoas estão mais sensíveis à prática do desporto?
As pessoas preocupam-se cada vez mais com a prática do exercício físico. Há uns anos, tudo era desculpa para não ir ao ginásio. Hoje isso já não acontece tanto. Há até casos de pessoas que pecam pelo excesso, mas isso já é fruto de pouca informação. Começam a praticar de forma exagerada e acabam por sofrer algumas consequências. Mas regra geral, as pessoas estão motivadas para o desporto, praticam-no e sentem no corpo e na mente o quão bem isso lhes faz!



As ‘marcas pessoais’ de Conceição Marques
 
Um filme. “Grease”, de Randal Kleiser. Pela musicalidade e pela dança. 
Um livro. “A Casa dos Espíritos”, de Bille August.
Uma música. Adoro música. E todo o registo musical tem enquadramento no meu dia a dia, dependendo do momento, ora para relaxar, ora para dançar, ora para fazer exercício físico.
Um desporto. Andebol! Já não o pratico, mas fez parte da minha adolescência, pois integrei a equipa de andebol na altura em que andei no D. Maria II.
Um atleta. Rosa Mota.
Um clube. SC Braga!
Um passatempo. O mais atual: estou a fazer leituras sobre a psicologia canina. Tenho, desde há um ano, um cão e essas leituras têm-me ajudado a conviver e a interagir com ele.
Uma viagem. Cabo Verde. Contudo, neste momento não sinto necessidade de viajar, nem acho que isso me faria mais feliz. Procuro outras coisas… ser mais tolerante e mais solidária com os outros torna-me mais feliz!
Um momento. O mais recente e ainda muito presente: a festa de finalistas do meu sobrinho!
Um vício. São mais de natureza alimentar! [risos]
Um prato. Um bom prato vegetariano.
Um lema. Sê feliz e deixa que os outros também o sejam.
A UMinho. É uma grande instituição, que me ensinou muito a todos os níveis. Tudo se proporcionou aqui!