Estes espaços têm "papel ativo" na vida citadina
Em termos de conclusões preliminares do projeto, João Sarmento desvenda que "as ruínas e os espaços vacantes têm um papel ativo na vida das cidades". O geógrafo da UMinho acrescenta que o conhecimento dos seus usos é importante para compreender como aqueles espaços e estruturas frágeis enquadram, das mais variadas formas, a vida quotidiana nas cidades contemporâneas. Ao mesmo tempo, realça que os espaços abandonados não edificados, sejam logradouros de ruínas ou terrenos vacantes, "trazem uma mais-valia ecológica para a cidade”. Estes lugares podem reforçar a estrutura ecológica urbana, em complemento aos espaços verdes, ao contribuírem para promover e conservar a biodiversidade, a resiliência urbana e a mitigação de riscos.
Os resultados estão agora a ser aplicados em propostas de caráter permanente ou temporário nestas paisagens urbanas. A discussão de propostas foi, aliás, central no workshop realizado há dias na Escola de Arquitetura da UMinho, em Guimarães. O trabalho com estudantes de Arquitetura, Geografia, Arquitetura Paisagista e Design foi aplicado a espaços obsoletos e desocupados da cidade, sendo avançadas "soluções estratégicas programáticas, assentes na transitoriedade, na flexibilidade, versatilidade, multifuncionalidade e baixo custo”, revela João Sarmento. Construíram-se assim cenários para um espaço industrial e para um edifício de habitação unifamiliar em banda, em Vizela, e para um espaço industrial, um edifício de habitação coletiva e um loteamento, em Guimarães.
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