Pronto? 3… 2… 1… Férias!

30-06-2018

Rui Gomes

As férias são habitualmente uma altura especial do ano de trabalho, sobretudo se considerarmos que os contextos laborais se têm tornado cada mais stressantes e exigentes para grande parte dos trabalhadores.


No entanto, tirar férias nem sempre é uma tarefa fácil! Pode, na verdade, tornar-se uma tarefa exigente! Por mais incrível que possa parecer, o tópico “antecipar as férias” tem vindo a assumir-se como tema de investigação, uma vez que pode fazer a diferença entre tornar o merecido descanso numa experiência positiva de recuperação ou, infelizmente, representar uma oportunidade perdida de “desligar” das atividades que nos ocupam a maior parte do tempo, ao longo do ano. Sem caráter científico (e, muito menos, de diagnóstico), analise abaixo cinco aspetos que podem influenciar a qualidade final das férias. Registe o número de vezes que respondeu “Sim, aplica-se a mim”, a cada um dos tópicos de reflexão.

1. No seu contexto de trabalho, todos (incluindo chefes e colegas de trabalho) valorizam o facto de você tirar férias? Ou seja, existe uma cultura de aceitação e valorização dos períodos de descanso?

2. No seu contexto de trabalho, existe a possibilidade de você planear as férias da forma mais conveniente para si, de acordo com as suas necessidades? Na verdade, cada um de nós tem ritmos distintos de recuperação, física e mental, relativamente ao trabalho, pelo que algumas pessoas beneficiam de períodos relativamente curtos de férias, enquanto outras necessitam de períodos mais longos.

3. No seu contexto de trabalho, tanto você como outro colega seu, podem (e vão…) desempenhar as mesmas tarefas, com o mesmo nível de eficácia e rigor? De facto, apesar de verificarmos que muitos trabalhadores desempenham atividades altamente especializadas e com baixa tolerância ao erro e ao incumprimento de prazos, a forma como as equipas são organizadas pode mitigar estas características intrínsecas do trabalho realizado.

4. Nas semanas anteriores ao período de férias, quando pensa no tempo que vai estar ausente do trabalho, sente-se animado, tranquilo e com a sensação de “dever cumprido”? Ou seja, até que ponto sente que irá conseguir “desligar-se” do trabalho, sabendo que quando retomar as suas atividades não terá de lidar com “trabalho em atraso”, “problemas que se agravaram” e “tarefas que nunca deveriam ter sido interrompidas pelas suas férias”?

5. Finalmente, quando pensa nas suas férias e pondera os eventuais aspetos negativos (ex: deslocações e viagens, organização de materiais, conciliar as suas rotinas com a das outras pessoas, etc.) e os eventuais aspetos positivos (ex: passar mais tempo com a família, realizar uma atividade que sempre desejou, etc.), os aspetos positivos são nitidamente superiores aos negativos?

Se a sua resposta foi positiva às cinco questões, você está pronto/a para umas excelentes férias! Se não for o caso, obviamente não deixe de tirar férias, mas procure verificar se poderá eliminar, controlar ou modificar a área em causa. Seja como for, BOAS férias!


Professor da Escola de Psicologia da Universidade do Minho