"Conheço cada aluno da Escola e todos me conhecem"

21-12-2018 | Paula Mesquita

Lucinda Oliveira

Tem 39 anos e nasceu em S. Martinho de Sande, em Guimarães. Começou a trabalhar na UMinho em 2001, no então Departamento Autónomo de Arquitetura, e aí se mantém. A técnica superior gosta de fazer parte de uma equipa pequena, de conhecer todos os estudantes e profissionais da Escola e de ser reconhecida por eles.



Como se deu a sua entrada na UMinho como funcionária?
Depois de ter concluído os meus estudos de ensino secundário nas Caldas das Taipas, em Guimarães, fui estagiar, como secretária, para uma empresa de alumínios. Após o estágio, passei a contrato e ali trabalhei durante três anos, mas não consegui continuidade. Durante o período de desemprego, integrei um programa ocupacional, promovido pelo Instituto de Emprego e Formação Profissional, no então Departamento Autónomo de Arquitetura (DAA) da UMinho. Estávamos em 2001 e, desde então, não conheci outro local de trabalho! [sorriso]
 
O que retém sobre os primeiros tempos na UMinho?
O espírito familiar em que comecei a trabalhar; a afetividade de colegas, de alunos e de professores! Como me considero uma pessoa humilde e altruísta, em que o bem-estar do próximo é a minha preocupação, então senti-me sempre muito bem, integrada e importante entre todos. Foi, e é, o contexto em que posso sempre ser autêntica, dar o meu melhor e, ao mesmo tempo, exigir o mesmo dos outros.
 
Que funções começou a desempenhar?
Comecei por fazer arquivo e atendimento telefónico, tarefas um bocadinho mais básicas para quem, da área do secretariado, começa a trabalhar. Com o passar do tempo, as funções foram aumentando, assim como o próprio grau de complexidade acompanhou o meu amadurecimento profissional e pessoal. Atualmente, assessoro as direções de curso da Escola de Arquitetura e a presidência do Conselho Pedagógico.
 

"O nosso crescimento é visto como o crescimento da Escola"

O que gosta mais no seu trabalho?
Conheço todos os alunos e orgulho-me em afirmar que todos me conhecem. Trabalhei com antigos alunos com os quais ainda hoje mantenho contacto. Esporádico, é certo, mas genuinamente amigo. A dimensão da Escola de Arquitetura é, no meu entender, uma ótima vantagem para termos e mantermos uma relação de proximidade com todos. No que diz respeito a funcionários, sinto que estou integrada numa equipa que, apesar de muitíssimo pequena, tem bons resultados e consegue levar a cabo muitos projetos em que se envolve. Creio que sentimos todos muito orgulho nisso! Nesta Escola é-nos permitido pensar criticamente, fazer sugestões de melhoria, implementá-las. O nosso crescimento é visto como o crescimento da Escola. Isso acaba por transparecer no modo como lidamos com problemas que surgem no dia-a-dia. Estou disponível para a Escola porque a Escola também está sempre disponível para mim.
 
Que pessoas a marcaram mais durante o seu percurso pela UMinho?
É injusto destacar pessoas em detrimento de outras, porque todas deram o seu contributo para o meu percurso e crescimento, mas não posso deixar de referir o professor Carlos Bernardo. Considero-o muito íntegro e preocupado com os outros.
 
Recuando um pouco… já a trabalhar no DAA, sentiu vontade de voltar aos estudos.
É verdade! Gosto de estudar e isso motivou-me para tirar a licenciatura. Em 2006, ingressei na Universidade Católica Portuguesa, no curso de Ciências da Informação e Documentação. Ajudou-me muito a crescer como profissional, tornei-me capaz de desempenhar novas funções com rigor e isso foi muito importante para mim. Mais tarde, voltei a querer estudar e fiz a especialização em Serviços de Informação, na UMinho.
 
Foi difícil conciliar o trabalho com os estudos?
Foram períodos complicados e de grande esforço, tanto pelo facto de já trabalhar, como também porque já tinha os meus filhos. Exigiu-me muito sacrifício, mas valeu a pena, porque tudo contribuiu para a minha realização pessoal e profissional. Sou da opinião de que devemos estar em permanente aprendizagem para que o conhecimento se renove e nós sejamos capazes de fazer mais e melhor.
 
O que é que ainda falta acontecer no seu percurso profissional?
Nada. Gosto muito do que faço. Sinto-me completamente realizada!
 


  Algumas notas pessoais

  Na gaveta da minha secretária guardo os chocolates que os outros não podem ter nas suas, por não serem
  capazes de se controlarem! [risos] Sempre que passam pelo meu gabinete, aproveitam e vão ao “cofre” tirar um
  quadradinho para alimentar a boa disposição para o resto do dia!
  Mal entro no carro, desligo o rádio. Prefiro o silêncio, mas em casa prefiro o barulho dos meus filhos! [sorriso]
  Considero-me uma pessoa realizada, e penso que os outros me acham genuína.
  Num jantar, em família, não dispenso recordar os bons momentos de criança!
  Ao fim de semana, passo o meu tempo com a família e os amigos.
  Nada me fará esquecer o momento em que comecei a namorar, tinha eu 15 anos! Começaram os problemas na
  cabeça do meu pai.
  Gostava muito que amanhã eu continuasse a ser o que sou hoje.
  À sombra de uma árvore, leria um romance.
  Sonho diariamente em ser grata.
  O meu dia não acaba sem falar com Deus.
  A UMinho é a minha segunda casa.