O responsável do bar dos Congregados

31-01-2019 | Nuno Passos | Fotos/Pictures: Nuno Gonçalves

José Pereira é coadjuvado diariamente no serviço por Conceição Costa, Lúcia Silva e Sameiro Afonso

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José Pereira

Nasceu há 53 anos em Vieira do Minho e está na UMinho desde 2001. Serve a comunidade académica ligada à Música, à Arqueologia, à TecMinho e à Reitoria, tendo-o ainda feito para Enfermagem. Gosta do que faz e de ajudar os outros.


Como foi o seu percurso profissional?
Foi quase sempre na hotelaria e restauração. Trabalhei num café e, quando um dos dois sócios gerentes saiu, propôs-me abrir com ele, como sócio trabalhador, o restaurante “O Pote”, perto do Campo da Vinha, em Braga. Aceitei e fiquei dez anos. A minha esposa [Maria do Céu] era a cozinheira. Mas saturei-me, era muito cansativo e até disse a mim mesmo que dificilmente voltaria a este ramo. Trabalhei depois quatro anos numa empresa de mobiliário, a distribuir móveis. Mas o “bichinho” da restauração mantinha-se cá dentro e, quando apareceu a oportunidade [nos Serviços de Ação Social da UMinho], não hesitei.
 
Como se deu a sua entrada nesta universidade?
Vim por intermédio de um amigo, para preencher a vaga de um colega seu, que trabalhava no snack-bar dos Congregados e que, infelizmente, teve um acidente. Perguntou-me se eu estava interessado na vaga e concorri. O azar do seu colega foi a minha sorte, como se costuma dizer. Assinei contrato a 15 de outubro de 2001 e assumi a responsabilidade do snack-bar. O edifício dos Congregados acolhia na altura o IEC.
 
O antigo Instituto de Estudos da Criança da UMinho.
Sim, sim. Eu estive aqui cinco anos. Entretanto, a Escola Superior de Enfermagem (ESE) foi integrada na UMinho, que assim abriu um bar de apoio no seminário na rua de São Domingos, para onde fui trabalhar quase três anos. A ESE tinha funcionado num edifício do Largo Carlos Amarante e junto do antigo hospital de São Marcos. Depois, mudou para aquele seminário e, por fim, para os Congregados, onde cá estou, enquanto me deixarem. [sorrisos] Apoiei sempre a ESE no setor alimentar, até esta sair [em 2014] para o campus de Gualtar.
 
O que retém sobre os primeiros tempos na UMinho?
Nos primeiros anos, era como uma família, um relacionamento muito bom com os alunos, os professores e os colegas de trabalho eram excelentes. Bem, agora também são! [sorriso] Tenho ótimas recordações desses tempos, fiz bons amigos. Às vezes visitam-me. E eu também vou a Gualtar ter com eles, por vezes em trabalho.
 
Os Congregados servem agora outras valências da UMinho.
O Departamento de Música, a Unidade de Arqueologia, um polo da TecMinho e, ainda, uma pequena delegação da RTP. Mas o snack-bar serve também a comunidade académica que trabalha no Largo do Paço, por exemplo, que fica relativamente perto.

Que funções foi desempenhando?
Foi sempre a coordenação do snack-bar, mas também apoio o serviço no restaurante Panorâmico, em Gualtar, ou em algumas iniciativas no Largo do Paço, por exemplo.
 
O que gosta mais no seu trabalho?
Sinceramente, gosto de tudo o que faço. Do atendimento ao público, de comunicar com os estudantes e professores, da gestão das encomendas… No caso das refeições para os almoços e jantares, vêm da cantina de Santa Tecla [também em Braga], mediante o número de senhas vendidas previamente. Também temos take away, por encomenda. Tudo o que está dentro destas portas está ao meu encargo.
 
Que pessoas mais o marcaram na UMinho?
Tenho pessoas que me marcaram, mas todos são importantes de alguma maneira.
 
Que estórias curiosas guarda?
Pouco depois de abrir a licenciatura em Música, alguns alunos vieram tocar-me os parabéns enquanto eu estava ao serviço. Fiquei surpreendido! [sorriso] Outro momento marcante foi a saída da Enfermagem para Gualtar. Fiquei um bocado triste, era quase uma família.
 
Nessa altura, as filas chegavam ao corredor.
Sim. Servíamos mais de duzentos almoços por dia. Eramos cinco funcionários e agora somos quatro – dois de manhã e dois de tarde. O serviço está aberto das 8h30 às 21h00.
 
No snack-bar também já houve concertos.
Sim, [em 2015] os estudantes de Música atuaram algumas vezes durante a hora do almoço e foi agradável.
 
Estar nos Congregados em vez de estar em Santa Tecla ou em Gualtar faz-lhe diferença?
Não. Até é benéfico, porque vivo próximo e venho a pé e, além disso, trabalhar no centro da cidade tem outras mais-valias, estamos perto de muita coisa.
 
O que é que ainda falta acontecer no seu percurso profissional?
Não sei, não podemos prever o futuro. O que tiver que ser, será. [sorrisos]

 
 
  Algumas notas pessoais

  Na minha gaveta guardo a sete chaves o nascimento dos meus filhos [Tiago e José Pedro] e da minha neta [Matilde].
  Mal entro no carro, tenho que ligar logo a música no rádio, mas em casa prefiro conversar com a família.
  Considero-me uma pessoa realizada e penso que os outros me acham prestável e alguém que gosta de ajudar.
  Num jantar, não dispenso a companhia da família.
  Ao fim de semana, costumo ir a Parada de Bouro, Vieira do Minho, de onde sou natural. Tenho lá casa e vou visitar a
  minha mãe [Constança]. Adoro ir para o campo aliviar o stress da cidade. Às vezes vou também passear com a esposa.
  Nada me fará esquecer o momento em que nasceram os meus filhos e a minha neta.
  Gostava muito que amanhã me saísse o Euromilhões! [risos]
  O meu dia não acaba sem ver os noticiários e rezar antes de me deitar.
  A UMinho é uma grande instituição e onde se sente estabilidade.