Moderou o sistema de correio eletrónico da academia
Ainda no CIUM.
Sim. A principal atividade desse Núcleo era a de gerir as comunicações de dados de, praticamente, toda a universidade. As redes locais começavam a ser instaladas um pouco por todos os sites da UMinho e havia necessidade de apetrechar os computadores com dispositivos de ligação à rede. Eu tinha como principais funções a configuração dos computadores pessoais para ligação à Internet, que abrangia não só a ligação do PC à rede (incluía a configuração física – através de dip switches ou jumpers - e lógica das placas de rede), como ainda a instalação de ferramentas informáticas de acesso aos serviços em rede que já existiam na altura, como a transferência de ficheiros (FTP), a consulta de usenet news (NNTP), navegação na Internet (Mosaic e Netscape), o acesso remoto a sistemas (telnet), cliente para gopher, entre outras, não esquecendo a que terá tido mais impacto junto dos utilizadores: a instalação e configuração da ferramenta de correio eletrónico (Lotus cc:Mail©). Este procedimento implicava muitas vezes a minha deslocação aos locais onde os PC’s se encontravam instalados e era quase sempre seguido de uma pequena sessão de formação aos utilizadores, tendo sido elaborados pequenos manuais de utilização (uns, feitos por mim, outros por mim traduzidos para português), que eram entregues aos utilizadores. Sempre sob a orientação do eng. Albano Serrano, que era o responsável por este Núcleo, era a mim que cabia a tarefa de administrar o sistema de correio eletrónico usado pela maior parte dos utilizadores da UMinho.
Como era esse processo?
O processo de criação de contas de correio eletrónico era realizado de forma manual, através do preenchimento de um formulário em papel e entregue pessoalmente, o que me permitia reconhecer mais facilmente uma pessoa pelo seu endereço de correio eletrónico do que propriamente pelo seu nome... Estávamos no início da Internet e penso que o CIUM, através deste Núcleo, muito contribuiu para que a comunidade começasse a tirar o melhor partido da poderosa ferramenta que é a rede das redes.
Em 1998, foi criado o Centro de Comunicações.
Havia cada vez mais edifícios a infraestruturar e penso que, por essa razão, houve necessidade de se criar uma unidade de serviços que se dedicasse exclusivamente às questões de comunicação de dados - para onde me mudei, tendo continuado ligado à gestão dos serviços de rede, no seguimento do que eu já fazia. Participei em diversos projetos relacionados com a Internet, do qual destaco o suporte ao projeto "Internet nas Escolas", em que a UMinho servia de POP [Point Of Presence] para as escolas da região. Outro projeto em que participei desde o início foi o e-U (mais conhecido hoje como eduroam), onde fiz (e continuo a fazer) parte da equipa que mantém a infraestrutura Wi-Fi de toda a Universidade. Até 2007, ano em que se finalizou a migração do serviço de correio eletrónico para outra unidade de serviços, para além de fazer parte da equipa que assegurava o serviço de correio eletrónico da UMinho, fui o moderador técnico da famosa lista de distribuição de correio eletrónico "UM-Net". O Centro de Comunicações foi alvo de restruturações ao longo do tempo, tendo numa primeira fase alterado o nome para Serviço de Comunicações e, mais tarde, foi reformulado para uma direção de serviços, a que foi dado o nome Serviços de Comunicações da UMinho, vulgo SCOM.
É onde atualmente exerce funções.
Exatamente. As minhas funções são essencialmente a administração de serviços básicos e avançados de rede, pelo desenvolvimento, implementação e administração de sistemas de gestão e monitorização de serviços e equipamentos ativos de rede, entre outras. Sempre que solicitado por outros colaboradores da UMinho, faço consultoria e dou suporte na resolução de problemas. Durante este percurso, terminei uma licenciatura e a parte curricular de um mestrado, o que me permitiu progredir, em dezembro de 2010, da carreira de técnico de informática para a de especialista de informática, através da mobilidade intercarreiras da função pública. Entre 2011 e 2013, participei a título gracioso como formador no plano de Formação Profissional da UMinho, onde ensinei a utilizar as ferramentas do Microsoft Office, mais concretamente o Outlook, o Word e o PowerPoint. Mais recentemente passei a fazer parte do CSIRT.UMINHO (Computer Security Incident Response Team da UMinho), um serviço na área da segurança prestado pelos SCOM à sua comunidade académica.
Em que medida foi importante frequentar o mestrado em Redes e Serviços de Comunicações na UMinho?
O mestrado foi criado em 2007 e o seu nome chamou-me a atenção. Constatei que o conteúdo programático se ajustava como uma luva a alguém como eu, pois trabalhava precisamente nessa área. Numa perspetiva de melhoria contínua do meu desempenho na UMinho, achei que fazia todo o sentido candidatar-me. Era a oportunidade de aumentar a capacidade técnica e, por outro lado, de aprofundar e certificar o conhecimento que já tinha adquirido na profissão. E foi o que fiz: candidatei-me, fui aceite, mas infelizmente, por motivos diversos, não cheguei a apresentar a tese, o que pretendo vir a fazer, muito provavelmente noutro mestrado, pois parece-me que este foi reformulado.
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