Reitoria, Biblioteca Pública, núcleo expositivo, loja e cafetaria
A remodelação, segundo a proposta constante no livro, visa consolidar um núcleo expositivo em circuito visitável que percorrerá as várias alas do edifício, adoptando um conceito museológico contemporâneo que simultaneamente reinterprete os espaços mais caraterizadores da evolução arquitetónica do conjunto, revelando a sua história ao longo dos séculos. Para instalar este percurso de forma coerente e restituir integridade ao uso e percepção do conjunto, sugere-se transferir a Reitoria para a antiga Casa do Provisor, no cunhal da ala nascente sobre a rua do Souto – associando-lhe os espaços para o Conselho Geral e o Conselho de Curadores da UMinho –, e reorganizar a afetação dos espaços notáveis da BPB, na ala barroca, valorizando a sua componente de investigação. Reforçando o contacto com o espaço público, propõe-se ainda instalar uma cafetaria e uma loja da universidade nos edifícios anexos à ala poente, que abrem sobre a rua do Souto e a relacionam com o pátio onde terá existido o jardim de D. Diogo de Sousa, possibilitando o seu usufruto urbano.
Na proposta – que a autora diz ter sido construída e reajustada amiúde, em proximidade com os interlocutores responsáveis pelos destinos e usos do Paço –, o salão nobre e o salão medieval, assim como os espaços exteriores, continuarão a receber eventos públicos. Embora não haja data para o início das obras, o reitor Rui Vieira de Castro estima os custos globais em cerca de 12 milhões de euros e está confiante na obtenção de financiamento e em contributos mecenáticos para este processo “exigente e ambicioso”. As etapas anteriores tiveram apoio da Caixa Geral de Depósitos e do Ministério da Cultura.
“A transformação do Paço pode fortalecer a ligação da UMinho com a sociedade, contribuindo para um melhor conhecimento e proveito mútuos”, admitiu Maria Manuel Oliveira, na apresentação pública do livro, a 17 de abril, na nova galeria do Paço. O ex-reitor António Cunha definiu no posfácio da obra: “O Paço é um lugar simbólico de poder, enquanto casa dos senhores de Braga entre os séculos XIV e XIX; de cultura, enquanto biblioteca pública e arquivo histórico-documental desde os anos 30 do século XX; e de saber, enquanto Reitoria da UMinho, desde a sua fundação [há 45 anos]”. A professora Maria do Carmo Ribeiro, que apresentou a obra, acrescentou na sessão pública: “O Paço é, também, um lugar de conhecimento e aprendizagem, um verdadeiro laboratório que permite ensaiar hipóteses, com imensa variedade de fontes (arqueológicas, históricas, artísticas, arquitetónicas) e possibilidade de se exercitarem múltiplas metodologias de investigação”.
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