“O percurso tem sido feito de aperfeiçoamentos”

28-01-2020 | Paula Mesquita | Fotos: Nuno Gonçalves

Começou a trabalhar na UMinho em 2000 e desempenha atualmente funções nos Serviços para a Garantia da Qualidade

Por recomendação de amigos, escolheu a UMinho para estudar Psicologia (1995-2000) e depois prosseguiu para o mestrado em Psicologia Escolar e da Educação (2003-2005)

Durante os estudos, integrou a Gatuna - Tuna Feminina Universitária do Minho, onde ainda regressa “nas datas mais especiais”

Natércia Morais entre colegas aquando do 25º aniversário da Gatuna, em abril de 2019, no Largo do Paço

Chegou há duas décadas ao Conselho Académico, para um projeto ligado ao sucesso académico dos estudantes; mais tarde, passou para o recém-criado Gabinete de Avaliação da Qualidade do Ensino, hoje SGAQ

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Natércia Morais

A técnica superior dos Serviços para a Garantia da Qualidade tem, aos 43 anos, pedaços de si em vários pontos do país. Nasceu em Coimbra, tem raízes transmontanas e vive em Braga, a cidade que viu "por um canudo” e que a tem cativa desde que veio estudar Psicologia, em 1995.



A sua ligação à UMinho iniciou-se com o ingresso no ensino superior.
Por uma questão de proximidade geográfica, escolhi Braga e a Universidade do Minho. Ainda assim, à distância de cinco horas de autocarro! E por ter o curso que pretendia. Já nessa altura, os colegas recomendavam vivamente a UM - sigla mais popular entre os diplomados seniores! - e o curso de Psicologia. De resto, Braga era uma cidade pequena, mas dinâmica e enérgica, que tinha já a vantagem de agregar vários fatores de interesse: integração social de estudantes; oportunidades de cultura e lazer - quem não se lembra do Club 84, do Insólito, do antigo Theatro Circo?! -; preço e qualidade da habitação e excelência dos serviços de educação e saúde. E foi assim que, em 1995, ingressei na licenciatura, e mais tarde, no mestrado em Psicologia Escolar e da Educação.
 
Aproveitou também as oportunidades de cultura e lazer?
Durante os estudos, tive o privilégio de ter experienciado outras atividades e vivências académicas, nomeadamente com a Gatuna - Tuna Feminina Universitária do Minho, que integrei até ao final da licenciatura. Foi um percurso complementado com histórias, momentos e viagens ao sabor da música, do convívio e da amizade, que contribuíram de forma decisiva para a minha formação pessoal e profissional. Agora vou aparecendo esporadicamente e em datas especiais, como foi o caso do 25º aniversário da Gatuna.
 
Tem alguma história engraçada para partilhar?
Em 2001, em Edmonton, no Canadá, vendi a um senhor luso-canadiano um CD da Gatuna, intitulado “Coisas simples”, por 100 dólares! [risos] Por estes lados, não renderia mais de 5 euros! O sucesso desta campanha de marketing, uma espécie de gestão da força de vendas, tinha por base a sua indexação à considerada “melhor Academia do país”. Portanto, a Universidade do Minho já era considerada na altura um excelente ativo!
 
De estudante passou a funcionária. Conte-nos um pouco sobre o início do seu percurso profissional.
Estávamos em 2000. Dois meses depois de concluir o curso, tive a sorte de receber do professor e pró-reitor Leandro Almeida o desafio para colaborar num projeto do então Conselho Académico, tendo em vista a promoção do sucesso académico dos estudantes, e trabalhando, ao mesmo tempo, na tarefa hercúlea da elaboração de horários afetos ao campus de Gualtar.
 
Pouco depois, começou a trabalhar na área da Qualidade.
Cerca de dois anos mais tarde, com a professora Irene Montenegro, pró-reitora para a Avaliação e Qualidade do Ensino, surgiu o maior desafio de todos: a criação das bases para a implementação de dispositivos de avaliação do ensino. Em 2004, foi criado o Gabinete de Avaliação da Qualidade do Ensino (GAQE), do qual fiz parte e que veio reforçar a qualidade como desígnio estratégico da UMinho. Esta estrutura ligada à Reitoria permitiu o desenvolvimento de inúmeros projetos em vários domínios, designadamente a avaliação da qualidade do ensino, que incluía, entre outras vertentes, a monitorização dos resultados de questionários dirigidos a estudantes e docentes e de resultados escolares, o desenvolvimento de ações de formação pedagógica de docentes, a formação extracurricular de estudantes, o projeto Alumni, e ainda, a prestação de serviços especializados na vertente da avaliação da satisfação dos serviços.
 
Desde aí, o seu percurso esteve sempre relacionado com a qualidade. O que a cativa mais nesta área?
O meu percurso foi praticamente todo ligado às questões que envolvem a gestão da qualidade no ensino superior, a construção e validação de instrumentos do tipo questionário e respetivo tratamento estatístico e a colaboração em diversos projetos afins. Este tem sido um percurso feito de aperfeiçoamentos, de esforços permanentes de melhoria, que têm permitido a adaptação face às exigências que se colocam ao ensino superior.
 
O que é que ainda tem para oferecer à UMinho?
A responsabilidade e o compromisso com o serviço, a cooperação e o trabalho de equipa para concretizar, com eficácia e eficiência, os objetivos a que a instituição se propõe e as tarefas que me são solicitadas. E sendo uma universidade completa, também ela me oferecerá oportunidades de aperfeiçoamento profissional, qualidade de vida e bem-estar!
 
Em que medida é importante pensarmos na UMinho quando falamos de qualidade?
A UMinho é um caso paradigmático de uma universidade jovem cujo compromisso com a qualidade já vem de longa data e é, hoje, tangível nas diferentes áreas de missão em que atua. Esta preocupação coletiva com a qualidade tem mostrado evidências no reforço dos serviços de apoio, na progressiva endogeneização de uma cultura de qualidade nos projetos de ensino e investigação, na internacionalização, na qualidade de diplomados que capta e forma e no posicionamento em rankings internacionais. A qualidade implica a melhoria contínua em prol da dignificação da UMinho, logo os próximos anos serão de enorme desafio, no sentido de concretizar o “caderno de encargos” associado à evolução do Sistema Interno de Garantia da Qualidade (SIGAQ-UM).
 
 

  Algumas notas pessoais
 
  Na gaveta da minha secretária guardo um portefólio de memórias de eventos impactantes, de quase duas décadas
     de atividade profissional: recortes de imprensa, excertos de textos, artigos, fotografias...
  Mal entro no carro, ligo o rádio para ouvir a RFM, mas em casa prefiro pegar nos auscultadores e ouvir a M80 por
     blocos musicais temáticos. Adoro!
  Considero-me uma pessoa que escolhe estabelecer pontes entre o mundo pessoal/profissional, pacífica e focada, e
     penso que os outros me acham 
uma pessoa consistente e de trato fácil.
  Num jantar, em família, não dispenso um bom vinho alentejano e o retorno a histórias de infância.
  Ao fim de semana, ligo a televisão para ver, quando possível, filmes baseados em best-sellers.
  Nada me fará esquecer o momento em que nasceram os meus filhos. Algo mágico que não se explica, sente-se.
  A pessoa que mais me marcou foi o meu pai, pela sua tenacidade e espírito de luta, porque foi esse mindset que fez
     de mim o que sou hoje.
  À sombra de uma árvore, leria um romance, um livro de aventuras.
  Sonho diariamente com o bem-estar da minha família e das pessoas que mais gosto. Por sua vez, umas férias num
     país longínquo, com tradições culturais distintas das nossas seria uma experiência única!
  O meu dia não acaba sem fechar as tarefas que me propus cumprir e o beijo de boa noite aos meus filhos.
  A UMinho é a casa do conhecimento.