Portal junta 1.4 milhões de exemplares das bibliotecas e arquivos da UMinho

17-02-2021 | Nuno Passos

Arquivo Distrital de Braga

Biblioteca Pública de Braga

Biblioteca Lúcio Craveiro da Silva

Biblioteca Geral da UMinho em Guimarães

Sociedade Martins Sarmento

Biblioteca Geral da UMinho em Braga

RepositóriUM

O documento mais extenso do ADB tem 21 metros e trata um pleito entre o Cabido de Braga e João Durães, com sentença de D. Dinis a favor do Cabido (século XIII)

A Biblioteca Pública de Braga guarda um exemplar de “Hortus Sanitatis” (1496), um dos primeiros livros ilustrados impressos sobre medicina e história natural

Identidade gráfica do portal CAMINHO

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CAMINHO é lançado hoje e alia o espólio documental desta academia, do Arquivo Distrital de Braga, da Biblioteca Lúcio Craveiro da Silva, da Biblioteca Pública de Braga e da Sociedade Martins Sarmento.




A Universidade do Minho lança hoje o portal de pesquisa CAMINHO, que agrega mais de 1.4 milhões de exemplares das bibliotecas e arquivos a si associados. O site caminho.uminho.pt permite aos cidadãos aceder a um vasto espólio, que inclui documentos milenares, edições do início da imprensa, obras do depósito legal e publicações sobre os últimos avanços científicos, entre outros. O projeto reforça o papel desta academia na ciência aberta e mostra a sua riqueza documental única no país, pois integra bibliotecas universitárias, públicas e unidades de arquivo.
 
A apresentação pública do CAMINHO decorre das 15h00 às 16h00, no canal YouTube da UMinho. Intervêm o reitor Rui Vieira de Castro, o diretor do Arquivo Distrital de Braga (ADB), António Sousa, a diretora da Biblioteca Lúcio Craveiro da Silva (BLCS), Aida Alves, a diretora da Biblioteca Pública de Braga (BPB), Maria João Amante, o presidente da Sociedade Martins Sarmento (SMS), Paulo Vieira de Castro, o diretor dos Serviços de Documentação e Bibliotecas (SDB) da UMinho, Eloy Rodrigues e, como orador convidado, o diretor-geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas, Silvestre Lacerda.

Em Portugal, o CAMINHO só tem similitude com alguns municípios ou instâncias culturais, mas cujo espólio e tipo de valências são de menor dimensão. “Na UMinho, é fascinante termos bibliotecas universitárias, repositórios e fundos documentais muito atuais e cada vez mais digitais, mas termos igualmente, por exemplo, um arquivo distrital com documentação milenar e uma biblioteca pública patrimonial com um fundo histórico notável, recebendo o depósito legal há 90 anos, que é também partilhado e disponibilizado pela BLCS”, refere Eloy Rodrigues. “Temos de facto uma grande diversidade de tipos de informação e um grande património reunido, que pode ser pesquisado num único ponto – é provável, por isso, que encontremos coisas por acaso (serendipity) e que desconhecíamos, como ao percorrer uma estante com o olhar”, diz.

 



Aproximar unidades documentais
 
O novo serviço agiliza a busca simultânea nos diversos catálogos. De momento há 1.4 milhões de registos, englobando os 393 mil da BLCS, 387 mil do ADB, 351 mil dos SDB, 167 mil da BPB, 68 mil do RepositóriUM (depósito digital de publicações científicas da UMinho) e 40 mil da SMS. Para facilitar a pesquisa aos utilizadores, mais de 100 mil exemplares têm já uma imagem-miniatura da sua capa ou primeira página.

No caso do acervo dos SDB, inclui-se aí as bibliotecas gerais da UMinho em Braga e Guimarães, além das bibliotecas das Escolas de Arquitetura (chamada Biblioteca Nuno Portas), Direito e Medicina (ou Joaquim Pinto Machado) e das bibliotecas dos Institutos de Educação e de Letras e Ciências Humanas (ou Vítor Aguiar e Silva). O CAMINHO deve atingir a curto prazo os 1.5 milhões de registos, com a indexação de alguns grupos de documentos já existentes e a entrada contínua de publicações novas. Aliás, vai igualmente passar a integrar o catálogo de revistas e livros da UMinho Editora.
 
A iniciativa nasceu há cinco anos, para a modernização dos softwares de gestão de bibliotecas e a criação do catálogo coletivo, visando também uma maior cooperação e partilha de recursos entre as unidades documentais, frisa Eloy Rodrigues. No início, o projeto envolveu os SDB, a BLCS e a BPB. A SMS manifestou interesse em juntar-se, tal como o ADB. Dos possíveis softwares de gestão de bibliotecas, optou-se pelo Koha e pelo Retrievo para o CAMINHO, instalados pela Keep Solutions, uma spin-off da UMinho e referência na área. O trabalho realizado até aqui “é vantajoso para todos e alavanca a interação entre as unidades, que pode passar por atividades, conferências, serviços, empréstimo interbibliotecas e até gestão no depósito de obras, evitando pressão em certos espaços físicos”, admite Eloy Rodrigues.

O bibliotecário está na UMinho desde 1992 e considera que esta academia tem um percurso sólido, por vezes pioneiro, na abertura à sociedade do património e do saber que gera e custodia. Há exatamente um ano, por exemplo, surgiu o Data RepositóriUM, para a gestão e o acesso aos dados de investigação. O CAMINHO é outra forma de a UMinho “pôr o conhecimento que dispõe e alberga ao serviço de todos e está alinhado com a sua afirmação na ciência aberta”.



O que significa CAMINHO?
 
“Caminho” representa o que nos permite chegar ao destino, neste caso ao conhecimento e à memória, descreve Eloy Rodrigues. “C” e “A” aludem a catálogos (referenciam livros e conteúdos) e a arquivos, respetivamente, enquanto “M” evoca Minho, ou seja, a região e a academia, mas também os museus, pois o horizonte da plataforma é integrar de forma mais expressiva essas unidades culturais da UMinho, como a Casa Museu de Monção, a Casa de Sarmento e o Museu Nogueira da Silva.