Cinco anos de curso, cinco part-times e duas experiências Erasmus
Durante o mestrado integrado chegou a trabalhar em vários sítios ao mesmo tempo. Conciliou estudos, trabalho e diversão. Como se consegue conciliar tudo e, ainda assim, terminar o curso em cinco anos e com uma boa média?
Acredito que, quando queremos algo, devemos fazer tudo o que está ao nosso alcance para o conseguir. Pode não acontecer exatamente da forma como idealizamos inicialmente, mas se for algo que queremos realmente arranjamos sempre soluções. Revejo-me muito nesta expressão: “Encontramos sempre tempo para tudo o que queremos e desculpas para o que não queremos”. É importante sabermos priorizar. Um dos meus objetivos na altura era estudar uma temporada no estrangeiro. Queria sair da minha zona de conforto e sabia que precisava de juntar dinheiro para estar cinco, seis meses fora de Portugal. Foram vários empregos ao longo de cinco anos de curso e descobri, no final de contas, que ganhei bem mais do que o dinheiro necessário para estudar fora. Conheci pessoas incríveis, diverti-me imenso e aprendi coisas que fizeram toda a diferença quando entrei no mercado de trabalho.
Sente que saiu da UMinho preparado para o mercado de trabalho? E para a vida?
Dividiria esta questão em duas partes, a primeira mais focada na componente académica. O que aprendemos como estudante molda a forma como pensamos, estruturamos e resolvemos problemas. A segunda está relacionada com as experiências vividas durante os cinco anos de mestrado, as pessoas que conhecemos, os projetos e trabalhos que desenvolvemos, os estágios que realizamos, entre outros. Pessoalmente, acho que o que aprendemos na Universidade é apenas uma parte da preparação. Quando chegamos ao mercado de trabalho, temos de lidar diariamente com desafios que não se resolvem com o que aprendemos numa sala de aula. Mas se soubermos tirar partido desse período para nos fortalecermos como pessoas, para além de evoluirmos em determinada área de estudo, seremos certamente mais bem-sucedidos quando entrarmos no mercado de trabalho.
Como correu essa integração no mercado? Começou na Sonae, depois passou pela Farfetch...
Tive a sorte de realizar o meu estágio curricular na equipa de gestão de talento da Sonae. Encarei essa experiência como se fosse o meu primeiro emprego e não um estágio. Tentei absorver o máximo de conhecimento possível e procurar sempre oportunidades para acrescentar valor. Felizmente, as coisas correram bem e foi-me proposto integrar um projeto ligado ao departamento de recursos humanos. Fiz também parte da equipa de análise de negócio de uma das áreas comerciais da empresa. Foi incrível, porque aprendi imenso! Em 2016 surgiu a oportunidade de me juntar a uma equipa que estava a ser criada na Farfetch. Inicialmente, o nosso foco estava na melhoria de eficiência das equipas de operações, mas rapidamente fomos desafiados a liderar projetos com maior impacto e à escala global. Formámos um departamento de estratégia de operações e, mais tarde, liderei uma equipa focada na melhoria da experiência do cliente. Foi, sem dúvida, um dos períodos de maior aprendizagem na minha carreira.
Em 2018 decidiu mudar-se para a Irlanda...
Sim, apesar de já ter trabalhado em projetos internacionais, especialmente na Farfetch, sempre foi evidente para mim que queria ter uma experiência internacional. Em 2018 juntei-me à equipa de operações da Web Summit, em Dublin, onde estive envolvido na operacionalização de eventos no Canadá, Hong Kong e Portugal. Depois disto tudo, surgiu a Revolut, uma empresa que já seguia há bastante tempo, com um produto incrível e muito focada na otimização da experiência do cliente.
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