Evitar a “cultura dos passadiços” para enfatizar a cultura, religião e espiritualidade
O investigador do CEHUM considera ser “notório que o impulso central dos projetos de desenvolvimento nacionais dos Caminhos de Santiago é o turístico-económico”. Ou seja, o entendimento dado ao património e à cultura em geral é na lógica de serem “um ativo económico ao serviço da indústria do turismo”. Carlos Pazos-Justo apelida mesmo de “cultura dos passadiços” aquela que tem rodeado, em geral, as políticas culturais locais e regionais em Portugal.
Neste quadro, dimensões como o património, a cultura ou a religião e espiritualidade "parecem ser, na prática, dimensões secundárias” dos Caminhos. É contra esta tendência que algumas associações criadas em torno do Caminho se manifestam, apesar de reconhecerem um maior coordenação entre municípios desde o decreto-lei de 2019. “Uma espécie de corrida para a jacobeização de diversos territórios tem preocupado algumas associações, sendo um problema do crescimento e afirmação do Caminho Português da Costa", diz Carlos Pazos-Justo.
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