Nova geração das artes alarga o campus de Couros

17-02-2022 | Nuno Passos

Panorâmica lateral sobre a Garagem Avenida e o Teatro Jordão, com o glamour sereno da torre traseira iluminada

Casa cheia na reabertura oficial do carismático Teatro Jordão

Os espaços recuperados em Couros serviram outrora a indústria têxtil e de curtumes

Um pormenor da requalificação cuidada, desde as linhas às cores, da memória à modernidade

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A reabertura do Teatro Jordão e da Garagem Avenida acentua a aposta da UMinho em Guimarães.




O campus de Couros, na cidade-berço, soma na sua curta década de vida o Centro de Formação Pós-graduada, o Instituto de Design, o Curtir Ciência - Centro de Ciência Viva, a Unidade de Governação Eletrónica da Universidade das Nações Unidas (UNU-eGOV), a iniciativa “Bairro C” e, desde esta semana, o Teatro Jordão e a Garagem Avenida. Parece ter sido um passo entre o CampUrbis (projeto para reabilitar um degradado bairro têxtil), a Capital Europeia da Cultura 2012 e a área agora pré-candidata ao alargamento de Guimarães como Património Mundial da UNESCO.

Esta (r)evolução exemplar deveu-se à aposta política, ao empenho da comunidade e, em particular, à intensa parceria entre o município e a UMinho, que gere a maioria das novas valências. Aliás, esta união estende-se a outros projetos consolidados, como o Laboratório da Paisagem em Creixomil, e a projetos ambicionados como a residência na Escola de Santa Luzia, a formação em Engenharia Aeroespacial na Fábrica do Arquinho, a Academia de Transformação Digital na Fábrica do Alto, a par do Instituto Cidade de Guimarães e do supercomputador Deucalion, ambos em maturação no parque de ciência e tecnologia AvePark

"Está a transformar-se a cidade pelo conhecimento e pela criação, uma cumplicidade simbiótica com a UMinho que vai da cidadania e da cultura à tecnologia e à inovação – é por aqui que passa a qualidade de vida, a atratividade de atividades económicas, a estratégia de fixar a população", define António Cunha, antigo reitor e presidente da Escola de Engenharia da UMinho (EEUM), que hoje preside a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte. O responsável foi uma das figuras que discursou, a 12 de fevereiro, na reabertura oficial do Teatro Jordão e da adjacente Garagem Avenida, nos quais foram investidos 12 milhões de euros de fundos comunitários e do município. 

A obra volumosa valoriza o património e impacta a educação e investigação em Artes Visuais, Teatro e Música. Situa-se a jusante do Centro Cultural Vila Flor e às portas do Toural, podendo interligar-se com a Caldeiroa, onde se pondera projetos da EEUM. É mais um passo nas iniciativas do "Bairro C" ("C" é de conhecimento, cultura, ciência, criatividade) e no jovem campus de Couros, que fora idealizado há mais de vinte anos precisamente para estender a dinâmica universitária ao centro da cidade. "Em cima da mesa está o alargamento da oferta educativa da UMinho em Guimarães e de projetos sobre transição económica e digital, que fazem desta colaboração uma história relevante que oferece um presente de orgulho e um futuro promissor", referiu também na cerimónia o reitor da UMinho, Rui Vieira de Castro.