Apoiou as negociações com a Troika
Estreou-se em termos profissionais na GMS Consulting (empresa entretanto integrada na Deloitte) como analista. Esse primeiro contacto com o mercado de trabalho correu bem?
Lembro-me de ter pensado que trabalhar era bem diferente da época da universidade. Já não tínhamos tanto tempo livre! Até se dizia a brincar, embora fosse efetivamente o caso, que não existia hora de saída para quem trabalhasse em consultoria. Não posso ter melhores recordações desses três anos. Trabalhei muito, é verdade, mas também desenvolvi de forma exponencial as minhas capacidades profissionais. A formação da UMinho deu-me as bases necessárias para entrar no mundo profissional.
Como chegou ao Banco de Portugal?
Em 2008 começou a grande crise financeira nos EUA, com os bancos no epicentro. Estava na altura a trabalhar no setor bancário, atento às implicações da crise no mundo. O meu sentido de dever público levou-me a tentar ajudar a regular e supervisionar a atividade bancária para que este tipo de crises não voltasse a repetir-se. Candidatei-me ao Banco de Portugal em 2009 e por lá fiquei até 2014.
O país entrou em crise no ano após a sua entrada...
Foram tempos turbulentos com a subida das taxas de juro da dívida pública e a falta de liquidez e capital no setor bancário. Como me tinha especializado em capital bancário, fui envolvido desde o início na gestão da crise bancária portuguesa. Tive uma grande oportunidade de crescimento com a preparação e a negociação de soluções para o setor bancário com o Ministério das Finanças e a Troika. Estive também envolvido em todas as recapitalizações bancárias do tempo da Troika, bem como na gestão da crise do Banif e na resolução do BES, que deu origem ao Novo Banco.
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