"Sinto-me feliz ao ajudar quem precisa"

31-03-2022 | Paula Mesquita

É assistente técnica há 24 anos no campus de Gualtar, em Braga

Entre três dezenas de trabalhadores da EEG-UMinho, em dezembro de 2021, no auditório principal desta Escola

Num momento de pausa na Escola de Economia e Gestão, em 2014

Num jantar natalício dos colaboradores da Escola de Ciências, na qual trabalhou de 1998 a 2011

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Fernanda Dias

Nasceu em Campos, Cerveira há 54 anos e vive em Cambeses, Barcelos. Secretariou o Centro de Química desde 1998, passando em 2011 para o Departamento de Gestão. Tem apoiado várias causas sociais.


Como se proporcionou a sua vinda para a Universidade do Minho?
Trabalhava no Instituto Português da Juventude em Braga e tive conhecimento da abertura de uma vaga, por mobilidade, para a Escola de Ciências da UMinho (ECUM), em particular no Departamento de Química. O meu marido trabalhava na UMinho e tínhamos uma filha ainda bebé. Seria uma boa possibilidade conciliarmos o trabalho, as deslocações e a família se conseguisse que trabalhássemos na mesma instituição. Concorri, também porque me agradou a possível mudança para uma instituição de regência e com perspetivas de progressão profissional e a possibilidade de mais e melhor aprendizagem de conhecimentos profissionais e pessoais. Fiquei colocada e comecei a trabalhar na ECUM a 1 de setembro de 1998.
 
O que sentiu nesses primeiros tempos? Que memórias guarda?
No inicio senti-me um pouco “perdida”, era tudo novo… já não precisava da máquina de escrever, já tinha um computador Macintosh. Vinha dum espaço muito pequeno e com poucas pessoas, encontrei muito espaço e muita gente. Não fiquei nada assustada, pelo contrário, eu queria aprender coisas novas e crescer pessoalmente e profissionalmente num local novo como a UMinho. Fui muito bem-recebida pelas colegas de trabalho e pelos docentes do departamento e do centro de investigação, que se disponibilizaram para me ensinar e ajudar no início das novas funções. Fiquei a secretariar o Centro de Química, apoiando a gestão de projetos científicos e os investigadores das diferentes linhas de investigação. Criei excelentes amizades que ainda mantenho, inclusive uma das minhas melhores amigas trabalha na ECUM. Guardo memórias muito boas, como os nossos jantares-convívios, os piqueniques no parque do Bom Jesus e a entreajuda nos momentos mais difíceis.
 
Como foi o seu percurso desde então?
Em abril de 2011, também por mobilidade interna, cheguei à Escola de Economia e Gestão (EEG) para exercer funções administrativas na sua secretaria geral e para secretariar o Departamento de Gestão. Fui muito bem-recebida por todas as pessoas, colegas de trabalho e pelos docentes, que me integraram rápido e facilmente. As minhas funções são, desde aí, direcionadas para o apoio administrativo aos docentes, discentes e alunos em geral nas diferentes valências pedagógicas. Sinto-me muito bem nesta Escola, que é agradável e proporciona um bom ambiente aos seus trabalhadores técnicos, administrativos e de gestão.

O que a marcou mais ao longo destes 24 anos ao serviço? O que lhe proporcionou a UMinho?
Marcaram-me várias coisas. A instituição em si, pelo grande crescimento pessoal e profissional. As mudanças, com o lado positivo dos novos desafios profissionais, exigências e aprendizagens. As pessoas, as amizades, as relações e os convívios sempre salutares. A formação profissional, proporcionando sempre a atualização dos conhecimentos e a adaptação das normas e procedimentos administrativos.
 
Que pessoas mais a marcaram ao longo deste tempo?
As pessoas que estão comigo e com quem trabalho todos os dias são muito importantes nos momentos bons e menos bons. Passamos muito tempo juntas.
 
Também se dedica ao voluntariado e a causas solidárias, como o recente apoio a refugiados ucranianos. Como concretiza essas ações?
Apoio as causas solidárias através da Cáritas de Braga há muitos anos, pois creio que consegue chegar mais rápido a todas as tragédias mundiais. Neste momento, aos refugiados ucranianos, com vários tipos de campanhas e doações. Também contribuo há vários anos na entrega de vários produtos em bom estado (vestuário, eletrodomésticos, material de cozinha…), que recolho de familiares e amigos, para "Os Discípulos de Emaús", que tem como responsável o Irmão Filipe. Esta instituição de solidariedade social dá apoio a 150 famílias carenciadas em Braga. Além disso, sou dirigente associativa da Associação dos Funcionários da UMinho (AFUM), que também desenvolve ações de voluntariado.
 
Que objetivos e ideais representam para si este contributo?
Quando estou a dar o meu contributo, a minha intenção é ajudar quem não tem possibilidades. Entristece-me muito a pobreza e a fome. O que estiver ao meu alcance para ajudar, eu sinto-me bem e feliz ao fazê-lo.
 
Como vê a sociedade perante estas crises humanitárias e as desigualdades sociais?
A sociedade está em mudança, mas na generalidade ainda está muito pouco sensibilizada para as crises humanitárias. Ainda se nota muito o egoísmo e a falta de generosidade por parte das pessoas. É preciso colocarmo-nos no lugar do outro para o podermos ajudar. As desigualdades sociais vão continuar a existir, com situações de calamidade como a pandemia de covid-19 e agora a guerra entre Rússia e Ucrânia. O rico ficará cada vez mais rico e o pobre cada vez mais pobre.
 


  Curiosidades

  Um livro. "Fúria divina", de José Rodrigues dos Santos.
  Uma música. "We don't need another hero", de Tina Turner.
  Um filme. "Apocalypto", de Mel Gibson, e "Gladiador", de Ridley Scott.  
  Um passatempo. Passear ao ar livre.
  Um sítio. O mar.
  Uma viagem. Índia.
  Um momento. O nascimento da minha filha.
  Uma figura. Papa Francisco.
  Um prato. Bacalhau (todos os pratos). 
  Um vício.
Café.
  Um defeito. Persistente.
  Um sonho. Viver à beira-mar.
  Um lema. Viver um dia de cada vez.
  A UMinho. A minha segunda casa.