Quim Barreiros, o rei das festas académicas

31-05-2022 | Pedro Costa

No Enterro da Gata em 2017; muitos dizem que, se o "King Barreiros" falta a estas festas, perde-se a essência

Enchente na noite de quarta-feira no Gatódromo, em meados da década passada, junto ao Estádio Municipal de Braga

Pormenor dos bilhetes individuais do Enterro da Gata em 2011

Capa do seu primeiro disco, "Acordeão", editado em 1971 pela Orpheu, refletindo os viras, malhões, chulas e canas-verdes

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Perdeu a conta às atuações no Enterro da Gata e Receção ao Caloiro da UMinho. Cada vinda “é única” e com as canções de sempre, “ou o povo reclama”. “Divirto-me muito, é um dos meus segredos”, diz.




Leva cinco décadas de carreira, que promete “continuar, enquanto tiver saúde”, refere numa curta e animada conversa com o NÓS, aquando de mais um concerto no Gatódromo, em Braga. Habituado ao contexto, o artista do acordeão e dos versos com trocadilhos considera o espetáculo como mais um passo num percurso artístico intenso e que lhe tem dado "um enorme prazer". Quando confrontado com o seu sucesso junto dos mais jovens, Quim Barreiros desmistifica: "Todos gostam, porque a música popular portuguesa tem lugar em qualquer festa que se diga popular”. Exemplifica com as inúmeras atuações agendadas em várias festas académicas do país, mas também em discotecas e em digressões por festas e romarias, para além das comunidades portuguesas em todo o mundo”.




Quim Barreiros reaça que este género musical "agrada, porque é animado e tem aquela malandrice de que toda a gente gosta”. E considera que a sua longevidade como cantor é assegurada por vários fatores. “Um deles talvez seja porque entrar num palco dá-me um gozo enorme e, muitas vezes, divertimo-nos tanto - ou mais - em cima do palco em comparação com o público que está a assistir”, confessa. Outro segredo é não defraudar o público. “Posso até ter umas músicas novas engraçadas, mas o povo gosta é das que fizeram sucesso”, garante. É por isso que em cada atuação se canta e toca Bacalhau à portuguesa, O mestre de culinária, A garagem da vizinha e A Cabritinha, entre outros hits: “Tenho uma carreira quase intemporal, porque aonde quer que eu vá, novos e velhos, todos conhecem e cantam as minhas músicas”.
 
O musico de Vila Praia de Âncora lançou o seu primeiro disco, "Acordeão", em 1971 e vai fazer 75 anos de idade a 19 de junho. "Só peço saúde para continuar a divertir-me e a divertir o povo”, afirma. Símbolo da irreverência académica e da cultura popular, que faz dele uma presença solicitada em inúmeros locais do país e do estrangeiro, Quim Barreiros já chegou até à Netflix, o principal serviço mundial de entretenimento por streaming, sendo desafiado no início de 2020 para gravar um tema dedicado à terceira temporada da série Sex Education.