Temos duas novas licenciaturas: Ciência de Dados e Engenharia Aeroespacial

29-07-2022 | Pedro Costa

Ciência de Dados aborda redes neuronais, inteligência artificial, machine e deep learning, mineração de dados e big data

Engenharia Aeroespacial também é lecionado em Guimarães e abre um mundo de possibilidades

A campanha "Aqui és cor!" valoriza a diversidade, a inclusão e afirma a paleta de cores das Escolas/Institutos da UMinho

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Novidades justificam o trabalho desenvolvido nestas áreas emergentes e respondem à forte procura. A UMinho tem 59 licenciaturas e mestrados integrados em 2022/23, um recorde no Norte de Portugal.




A Universidade do Minho tem uma oferta formativa completa nos vários ciclos de estudos e, em 2022/2023, propõe 59 licenciaturas e mestrados integrados, facto que representa um recorde no Norte do país. Entre estas propostas, surgem os novos cursos de Ciência de Dados  e de Engenharia Aeroespacial, ambos em Guimarães e com 30 vagas cada, inseridos na Aliança de Pós-Graduação da UMinho, um projeto PRR - Impulso Adultos e Jovens STEAM, comparticipado pela UE. A primeira fase do concurso nacional de acesso ao ensino superior decorre até 8 de agosto.

No global, a UMinho disponibiliza 2988 vagas, com destaque para os cursos de Engenharia Informática (170), Engenharia e Gestão de Sistemas de Informação (140), Medicina (120) e Direito (110), havendo outros perto da centena. A oferta envolve 11 unidades orgânicas: Arquitetura, Arte e Design (3 cursos), Ciências (12), Ciências Sociais (6), Direito (2), Economia e Gestão (8), Educação (2), Enfermagem (1), Engenharia (15), Letras, Artes e Ciências Humanas (8), Medicina (1) e Psicologia (1).

Tal como em 2021/22, os mestrados integrados nas áreas de Engenharia e de Psicologia (cinco anos) foram reconvertidos para licenciatura (três anos) e mestrado (dois anos). As licenciaturas em Direito e em Educação mantêm-se em horário laboral e pós-laboral, enquanto o acesso à licenciatura em Música continua por concurso local. Há mais detalhes em sou.uminho.pt ou através dos Serviços de Gestão Académica, preferencialmente pelo email acesso@usga.uminho.pt ou, em alternativa, pelo telefone 253604593. A propina é de 697 euros para o aluno nacional.


Engenharia Aeroespacial
 
O aluno de Engenharia Aeroespacial opta entre duas vertentes: a primeira aborda aplicações na aviação geral e comercial, novos conceitos e aeronaves não tripuladas (drones), tecnologias de propulsão e gestão de energia; a segunda foca novos usos do espaço (NewSpace), exploração de dados em Terra e sistemas espaciais. O ensino é baseado em projetos desenvolvidos pelos alunos. A licenciatura, que tem como diretor de curso Gustavo Dias, professor da Escola de Engenharia, garante uma formação sólida em ciências e em tecnologias base de engenharia, para despertar a inovação e o desenvolvimento de novos materiais, aplicações e sistemas complexos. O mestrado em Engenharia Aeroespacial também é novidade e lecionado em inglês, permitindo acentuar o intercâmbio com instituições de todo o mundo.
 
Esta aposta culmina muitos anos de trabalho, nomeadamente dos centros científicos e interfaces da UMinho. Por exemplo, a existência de grupos em projetos para a conceção de uma cápsula espacial, o desenho do fato de astronauta para Marte, a exploração de novos materiais artificiais ou a produção de eletricidade a partir de urina e até bio-hidrogénio. Também a spin-off Stratosphere desenvolve tecnologia para o diagnostico e prognostico do estado de sistemas aeroespaciais e tem como clientes a Agência Espacial Europeia (ESA), Boeing ou Airbus.
 
A UMinho é sede do Programa MIT-Portugal, com vários projetos sobre o espaço, e colabora com o CEiiA (Portugal), o Instituto Tecnológico de Aeronáutica (Brasil) ou as universidades de Massachusetts - Lowell (EUA) e Vigo (Espanha). Tem igualmente Pedro Arezes como único investigador português no painel da NASA, que avalia estudos sobre missões humanas no espaço, e Hugo Costa, um ex-aluno UMinho, que é um dos elemento da direção da Agência Espacial Portuguesa e a representar o país na ESA.
 
Prevê-se ainda a construção de uma estrutura de apoio à investigação e desenvolvimento da engenharia aeroespacial, que incluirá laboratórios e equipamentos, a instalar nos mais de 3000 metros quadrados da antiga Fábrica do Arquinho, no campus de Couros, e que contará com o apoio da Câmara Municipal de Guimarães.
  

Ciência de Dados
 
Já o curso de Ciência de Dados - que tem com diretor Manuel Santos, professor da Escola de Engenharia - reúne conhecimentos sólidos em matemática e informática, associando a compreensão profunda de métodos de tratamento de dados e de arquiteturas e algoritmos de aprendizagem. A abordagem ética garante uma utilização apropriada, justa, sustentável e responsável dos dados. Esta formação diferenciadora alia assim as áreas de Informática, Tecnologias e Sistemas de Informação, Estatística, Matemática, Economia, Gestão, Ciência Social e Direito.
 
A UMinho tem tido um papel pioneiro na ciência de dados. A nível nacional, destacou-se a lançar um curso com um ramo de Informática (1977), o primeiro email (1985), a primeira ligação à Internet e a Home Page de Portugal (1991), a comunidade online mais duradoura (Moosaico, 1994), a I Conferência WWW (1995), a primeira LAN Party (2001), a sede de várias sociedades científicas ou, mais recentemente, o Quanta Lab (com o INL, 2016), a adesão à rede mundial em tecnologias quânticas (IBM Q Network), a criação do centro de supercomputação MACC (2017, com a FCT e a UT Austin) e do maior laboratório associado do país e único em inteligência artificial (LASI, 2021).

O cartão de cidadão eletrónico, o apoio à lei sobre certificação digital e às eleições ao Parlamento Europeu, bem como a aplicação StayAway Covid estão entre os inúmeros projetos de investigação desenvolvidos. Adquiriu-se também uma cultura mobilizadora própria, dentro e para fora da instituição.