"Tenho orgulho e respeito pelo trabalho realizado pela UMinho"

29-07-2022 | Paula Mesquita | Fotos: Nuno Gonçalves

A receber o Prémio de Incentivo e Valorização, no Dia da Escola de Medicina em 2019, ladeada pelo professor Nuno Sousa

O edifício da Escola de Medicina da UMinho, no campus de Gualtar, em Braga

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Helena Nascimento

Nasceu e vive em Braga há 45 anos. Metade deles tem-nos dedicado também à Escola de Medicina, onde está desde a sua fundação, sendo técnica superior e coordenadora do núcleo financeiro.


Como foi o seu primeiro contacto com a Universidade do Minho? 
O meu primeiro contacto, a nível profissional, foi no Instituto de Ciências Sociais (ICS) da UMinho, então presidido pelo professor Moisés de Lemos Martins, que se deparou com a necessidade de colmatar a carência de recursos humanos na Biblioteca do ICS. No entanto, pese embora os constrangimentos orçamentais, foi possível recorrer à minha contratação temporária via Instituto de Emprego e Formação Profissional, a 19 de junho de 1998, em regime de ocupação, e que decorreu até 26 de fevereiro de 1999. Desempenhei essencialmente serviços de dactilografia, elaboração de documentos de despesa, pedido de cheques, transferências, tramitação da correspondência interna e externa, organização das espécies documentais, ofícios, organização e atualização dos ficheiros contabilísticos, introdução de conteúdos no computador (Excel), fotocópias e atendimento ao público em geral...
 
Depois de uma interrupção de alguns anos, regressou à UMinho.
Surgiu a oportunidade para ir trabalhar para a Escola de Ciências da Saúde (ECS) [hoje, Escola de Medicina], que se encontrava com comissão instaladora. Como tal, só tinha a opção de recorrer aos Serviços de Recursos Humanos, através do regime de ocupação pelo Instituto de Emprego. Foi nessas condições que iniciei funções na ECS a 20 de dezembro de 2001. Entretanto, já tinha concorrido no âmbito de um projeto para o Instituto de Educação e Psicologia [IEP, hoje Instituto de Educação e Escola de Psicologia]; fiquei colocada em primeiro lugar e tive que optar por ficar na ECS ou ir para o IEP. Como pode deduzir, optei pela ECS.
 
O que pesou na decisão?
Já nutria um orgulho e respeito pelo trabalho realizado [na ECS] e sentia-me, ao mesmo tempo, parte dele, um trabalho de excelência em prol da comunidade e do cidadão em geral. O meu sentimento para com a comunidade da UMinho foi e continua a ser de imensa consideração pelo trabalho de todos. Foi sem dúvida muito aliciante vir trabalhar para a UMinho, em particular para a ECS, onde é realizada investigação no campo da Medicina, incllusive criando ferramentas para ajudar doentes a melhorar consideravelmente a sua qualidade de vida. Não é à toa que, através dos seus investigadores no ICVS, a Escola tem captado imensos prémios e o interesse da comunidade académica e médica internacional.
 
O que começou por fazer nesta Escola?
Comecei como assistente técnica na secretaria geral, desempenhando tarefas essencialmente administrativas, desde a garantia, receção e tratamento do correio, nomeadamente a expedição e receção de toda a correspondência institucional, procedendo à sua seleção e respetivo encaminhamento, mantendo sempre atualizado o arquivo, organizando e compulsando os copiadores da Escola, elaborando os documentos de despesa, fotocópias e atendimento ao público em geral. Posteriormente, tive funções de apoio ao secretário de Escola, o desaparecido prematuramente dr. José Carlos Henriques. Ele era extremamente rigoroso e zeloso do seu trabalho e imbuiu esses valores no meu método de trabalho, os quais pratico até hoje.
 
Em 2007 regressou aos estudos. O que a fez decidir, em particular por Fiscalidade?
Almejava executar funções diferenciadas. Creio que devemos, após talvez uma década, mudar as tarefas, apreender novas funcionalidades, novos procedimentos, criar mais valor, que só será possível através da mudança de funções, trazendo consequentemente mais-valias o serviço e enriquecendo as ferramentas que cada um dispõe. Foi com base nisso que decidi voltar a estudar para adquirir outro tipo de conhecimentos que me permitisse desempenhar funções especializadas, de caráter mais técnico e abraçar outro tipo de funções. No sentido de não prejudicar o serviço com a minha ausência, concorri para um curso em regime noturno que considerava apelativo e, ao mesmo tempo, uma valência para o serviço. Concorri para a licenciatura em Fiscalidade ao IPCA [Instituto Politécnico do Cávado e Ave], até porque à época não existia recursos humanos na ECS especializados nessa área. Hoje, após 12 anos, posso afirmar que foi a melhor opção, embora tenha feito muitos sacrifícios a nível pessoal e familiar. Mas sinto-me realizada como pessoa, como esposa, mãe e funcionária da casa.

 
Um prémio especial

Que oportunidades surgiram depois de tirar o curso?
As competências que adquiri e consolidei permitiram-me realizar funções a nível financeiro com mais facilidade, tanto na interpretação como na aplicação da lei. Iniciei funções como técnica superior, nomeadamente na coordenação do Núcleo Financeiro da ECS, participando na abertura dos procedimentos de aquisição e locação de bens e serviços necessários ao normal funcionamento da Escola, sempre estudando a legislação, para aplicar, organizar e acompanhar os procedimentos no âmbito de verbas (OE e OP) afetas à Escola.
 
O que gosta mais de fazer?
Sinto-me extremamente realizada ao executar as tarefas atuais. Conquanto a situação atual não seja a mais desejável para quem se encontra afeto a realizar a gestão financeira, adoro o meu trabalho e as respetivas funções.
 
O que a marcou mais ao longo do seu percurso pela UMinho?
Foi sem dúvida receber o Prémio de Incentivo e Valorização anual, que me foi atribuído pelo então presidente da Escola de Medicina, o prof. Nuno Sousa, a 8 de outubro de 2019, nas comemorações do Dia da Escola. Este prémio foi no âmbito do trabalho desenvolvido para a melhoria dos processos de gestão do Núcleo Financeiro da Escola e da adequação dos procedimentos internos ao novo Código dos Contratos Públicos. Foi o culminar do reconhecimento do percurso que efetuei com zelo e dedicação durante todos estes anos.
 
O que gostaria ainda de concretizar, profissionalmente?
Neste momento, faço o que gosto e que me permite conciliar com a minha vida pessoal.
  


  Apontamentos pessoais
 
  Um livro. “O rapaz do pijama às riscas”, de John Boyne.
  Um filme. “A lista de Schindler”, de Steven Spielberg.
  Uma música. O melhor de mim, de Mariza.
  Uma figura. A minha mãe, pela sua resiliência.
  Um passatempo. Viajar.
  Uma viagem. A volta ao mundo.
  Um prato. Qualquer prato de massa.
  Um momento. O nascimento da minha filha.
  Um vício. A família.
  Um defeito. Não tenho defeitos, mas tenho caraterísticas a melhorar e a desenvolver.
  Um sonho. Saúde para a minha família.
  Um lema. “Trata o outro como gostarias de ser tratada”.
  A UMinho. O meu suporte a nível económico e profissional.