Como se sentiu ao receber o convite para encabeçar esta Comissão?
Senti-me responsabilizado por uma comemoração que, desde o início, pensei que não deveria ser meramente celebrativa. Com certeza que a celebração não deixa de ser importante, porque os 50 anos constituem a maioridade de uma universidade - muitos rankings internacionais distinguem entre universidades com mais e com menos de 50 anos. Chegar aqui é, em si mesmo, um feito que merece ser assinalado e festejado. Mas devemos ir além do registo celebrativo...
Em que sentido?
Creio que devemos aproveitar a ocasião para ir ao encontro das necessidades e aspirações da comunidade académica e do seu entorno social. Por isso, estas comemorações deverão ser também um momento de encontro para a comunidade UMinho, de reflexão sobre o momento que atravessa, a sua história e as suas potencialidades (que são imensas) - mas uma reflexão voltada para a sociedade e para o mundo e não ensimesmada. Desde o início, achei que deveríamos privilegiar a interação com as cidades em que a Universidade está implantada, com a região, com todo o contexto no qual a universidade se insere.
Foi isso que lhe foi “pedido” para assinalar tão importante efeméride?
Foi-me pedido, antes de mais, que constituísse uma comissão que juntasse pessoas com visões e experiências diferentes dentro da Universidade. Por isso, a Comissão integra mulheres e homens de diferentes gerações e de áreas distintas dentro da instituição. Além disso, a Comissão está e estará sempre aberta ao diálogo com a comunidade UMinho. A esta Comissão foi solicitado que apresentasse um programa comemorativo preliminar até ao verão de 2022, o que foi rigorosamente cumprido.
Comissão junta elementos de várias Escolas
A Comissão Comemorativa dos 50 anos da Universidade do Minho foi estabelecida pelo Despacho RT 31/2022 e é coordenada pelo professor e presidente da Escola de Letras, Artes e Ciências Humanas, João Cardoso Rosas.
Integram esta Comissão Carla Cruz, professora da Escola de Arquitetura, Arte e Design, Carlos Bernardo, professor emérito da Escola de Engenharia, Duarte Lopes, substituído em janeiro de 2023 por Margarida Isaías, presidente da Associação Académica, Eloy Rodrigues, diretor dos Serviços de Documentação e Bibliotecas, Fátima Ferreira, professora do Instituto de Ciências Sociais, Fernando Alexandre, professor da Escola de Economia e Gestão, Francesca Rayner, professora da Escola de Letras, Artes e Ciências Humanas, Paula Jorge, investigadora da Escola de Engenharia, Pedro Morgado, professor da Escola de Medicina e Vítor Matos, professor da Escola de Letras, Artes e Ciências Humanas.
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O logótipo desta efeméride junta as cores das 12 Escolas e Institutos da academia
A Comissão continuou a trabalhar depois disso?
Sim, entrou-se numa fase mais executiva, com a planificação concreta de cada ação, contactando os serviços internos da Universidade e entidades externas. Não posso deixar de assinalar que a Comissão tem beneficiado sempre do apoio do sr. reitor, da sua equipa e do seu gabinete. A UMinho tem profissionais altamente competentes e é um prazer poder trabalhar com eles.
O que, na generalidade, se pode esperar deste programa?
É muito variado e irá estender-se ao longo de quase dois anos. Inicia-se no Dia da Universidade de 2023 e prolonga-se aproximadamente até ao final de 2024, tendo como ponto culminante o dia 17 de fevereiro de 2024, que assinala os 50 anos da tomada de posse da Comissão Instaladora e do reitor Carlos Lloyd Braga. Teremos um fio condutor baseado na música, num grande número de concertos da nossa Orquestra sinfónica, mas também de outros agrupamentos musicais...
Acreditamos que haverá outro tipo de iniciativas…
Sim, muitas! Performances teatrais e espetáculos no espaço público. Exposições no interior e no exterior das instalações da UMinho. Uma série de colóquios e conferências para pensarmos a universidade em conjunto. Uma conferência alargada a todas as universidades portuguesas sobre o seu papel nos 50 anos da democracia portuguesa. Teremos uma forte componente desportiva e uma preocupação em contribuir para o bem-estar da comunidade da UMinho, com momentos de ativação física e uma prova de meia-maratona a unir as cidades de Guimarães e Braga. Vamos também apresentar novos estudos sobre o impacto da UMinho na região, assim como sobre a sua produção científica ao longo destes cinquenta anos. Iremos editar livros, incluindo o esboço da nossa utopia para a Universidade do futuro. Estamos a construir a Memória Digital da instituição, que faltava e ficará para as próximas gerações. Teremos também intervenção nos campi em termos artísticos. Já no próximo mês de março vamos inaugurar, em Gualtar e Azurém, os “Bosques do Cinquentenário”, que assinalam o nosso compromisso com a sustentabilidade ambiental.
Destaques para 2023
fevereiro
- Concerto inaugural das comemorações (dia 17 em Guimarães, dia 18 em Braga).
- Apresentação do logótipo, lema e programa, na cerimónia do Dia da Universidade.
março
- Inauguração dos Bosques do Cinquentenário (Guimarães e Braga).
abril
- Início do ciclo de podcasts "Memórias e Visões para o Futuro da UMinho".
maio
- Conferência "Financiamento do Ensino Superior".
- AtivaMente, para promover o bem-estar da comunidade com atividades de ativação física e relaxamento nos campi.
junho
- Espetáculo multimédia e multissensorial em Braga e em Guimarães.
julho / agosto
- Exposição itinerante sobre a Universidade do Minho.
setembro
- Cool Campus (criação de espaços de (bem-)estar nos campi.
outubro
- Jazz nos campi
- Poesia nos campi
novembro
- Lançamento do "Estudo sobre a produção científica da Universidade do Minho"
dezembro
- Concerto de Natal (Braga e Guimarães)
2024
(...)
O programa geral está detalhado em www.uminho.pt/PT/50anos.
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Com o Alto Patrocínio do Presidente da República
São comemorações que começam no imediato…
Exatamente. Na sexta-feira, dia 17 de fevereiro, tivemos o concerto inaugural, na Igreja de São Francisco, em Guimarães. Este sábado, dia 18 de fevereiro, é lançado o logótipo e a imagem da UMinho ao longo destas comemorações e que passará a constar no site institucional e noutras plataformas. Irá surgir também, à medida que as comemorações avançam, uma série de podcasts dedicados à reconstituição da história e projeção do futuro da UMinho.
Serão então 50 anos celebrados com a comunidade académica e que envolvem a sociedade… De que forma pensam conseguir atingir esse desiderato?
Até agora falámos apenas do programa geral das comemorações, elaborado pela Comissão. Em muitos dos seus momentos, ele abre-se ao entorno social da Universidade, não apenas em termos locais, mas também a nível nacional e internacional. A própria construção do programa beneficia já da colaboração com as câmaras municipais de Braga e Guimarães, às quais gostaríamos de agradecer o apoio, mas também a outras entidades do Estado e da sociedade civil, como por exemplo a Rádio Universitária do Minho. Contamos que empresas e outras entidades implantadas na região possam também associar-se ao longo destes quase dois anos. Desde o início, tivemos o apoio do sr. Presidente da República, que nos honra e responsabiliza, ao conferir ao programa comemorativo o seu Alto Patrocínio.
E qual será o papel das Unidades Orgânicas da UMinho neste programa?
O programa, sendo embora bastante exaustivo, continua aberto a novas contribuições. Em particular, a Comissão desafiou todas as Unidades Orgânicas da Universidade no sentido de contribuírem a partir dos seus próprios pontos de vista. Da mesma forma, as Unidades Culturais foram convidadas a apresentar iniciativas próprias. Por isso, é possível que surja em breve todo um programa adicional, que complete o programa geral preparado pela Comissão, veiculando as perspetivas e contributos das Escolas e Institutos e das diversas estruturas culturais da UMinho.
Que mensagem quer deixar à academia e às sociedades que interagem com a UMinho para que se juntem a estas celebrações?
Uma mensagem de envolvimento de todos. A Universidade do Minho é uma grande instituição desta região e uma grande instituição portuguesa. É o produto de homens e mulheres de visão e do seu trabalho e esforço ao longo de cinco décadas. Como instituição plural, integrada numa sociedade democrática, a UMinho não poderia deixar de englobar perspetivas distintas e nem sempre convergentes. Confesso que é assim que gosto dela, plural e vibrante. Espero que todos, de dentro e de fora da UMinho, tenham a oportunidade de, em algum momento, participar desta (boa) vibração.
Comissão de Honra
Marcelo Rebelo de Sousa, Presidente da República
Augusto Santos Silva, Presidente da Assembleia da República
António Costa, Primeiro-Ministro
Elvira Fortunato, Ministra da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior
José Cordeiro, Arcebispo de Braga e Primaz das Espanhas
Ricardo Rio, Presidente da Câmara Municipal de Braga
Domingos Bragança, Presidente da Câmara Municipal de Guimarães
Joana Marques Vidal, Presidente do Conselho Geral da Universidade do Minho
Álvaro Laborinho Lúcio, Antigo Presidente do Conselho Geral da Universidade do Minho
Luís Braga da Cruz, Antigo Presidente do Conselho Geral da Universidade do Minho
Guilherme d'Oliveira Martins, Presidente do Conselho de Curadores da Universidade do Minho
José Manuel Mendes, Membro do Conselho de Curadores da Universidade do Minho
Fortunato Oliveira Frederico, Membro do Conselho de Curadores da Universidade do Minho
João de Deus Pinheiro, Antigo Reitor da Universidade do Minho
Sérgio Machado dos Santos, Professor Honorário e Antigo Reitor da Universidade do Minho
Licínio Chaínho Pereira, Antigo Reitor da Universidade do Minho
António Guimarães Rodrigues, Antigo Reitor da Universidade do Minho
António M. Cunha, Antigo Reitor da Universidade do Minho
António Ovídio M. Domingues, Presidente da Associação de Funcionários da Universidade do Minho
Margarida Isaías, Presidente da Associação Académica da Universidade do Minho
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