Objetos com história: o aquário da Biologia

30-06-2023 | Nuno Passos | Fotos: Nuno Gonçalves e Pedro Gomes

O caranguejo-eremita Sebastião é um dos habitantes

O aquário está situado no corredor do Departamento de Biologia, no 1º andar do edifício 6 do campus de Gualtar, em Braga

Os estudantes podem observar in loco diversas espécies marinhas

Na UMinho, Pedro Gomes é coordenador do Laboratório de Biologia Costeira, investigador do CBMA - Centro de Biologia Molecular e Ambiental e professor há quase 40 anos do Departamento de Biologia

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No Cinquentenário da UMinho, estamos a conhecer artefactos que fazem parte da nossa história.




Corais, gorgónias, anémonas-jóia, estrelas-do-mar e um caranguejo de zonas profundas (Calappa granulata, conhecido carinhosamente por Sebastião) são alguns inquilinos do aquário do Departamento de Biologia da Escola de Ciências  da UMinho. Está situado no 1º andar do edifício 6 do campus de Gualtar, em Braga, e é cuidado pelo professor Pedro Gomes e por alguns investigadores e estudantes. A sua presença indica logo que estamos no corredor dos biólogos, mas também aguça a curiosidade para a vida marinha (cativa desde transeuntes a empregadas de limpeza) e, sobretudo, serve para os alunos desta área observarem diversas espécies ao vivo e para apoiar as aulas práticas.
 
O aquário foi trazido há 12 anos da zona de Aveiro pelo saudoso professor José Vingada e mantém-se junto ao Laboratório de Biologia Costeira, onde se pesquisa em especial sobre ecossistemas marinhos do Norte de Portugal. Os ocupantes do aquário foram sendo trazidos ao longo dos anos pelos investigadores, no âmbito de diversas idas ao mar e ainda com a preciosa colaboração de alguns pescadores profissionais.

A água do aquário está a 14ºC, com bombas de circulação e um sistema que quase se autoalimenta. “Trazemos com frequência amostras de plâncton do mar para alimentar os corais e as gorgónias. Já o Sebastião e as estrelas precisam de algo mais volumoso, como mexilhões, que complementam os flocos [ração]. No aquário só temos invertebrados, pois os peixes tendem a comer outros seres vivos e tonam mais complicada a manutenção da água em boas condições”, explica Pedro Gomes. Espécies invasoras também não entram. O docente aponta, entretanto, aos corais: “Estão vivos há mais de um ano, o que significa que as condições do aquário são as adequadas”.
 
Um aquário maior "seria perfeito", permitindo mais biodiversidade e outra centralidade, mas isso exige verbas. “No início tínhamos aqui espécies das pocinhas de maré e, hoje, já temos de oceano profundo, como o Sebastião e os corais”, realça Pedro Gomes. À entrada do Departamento existe igualmente um monitor a passar imagens sobre a investigação do Centro de Biologia Molecular e Ambiental (CBMA), procurando reforçar a atratividade para este ramo científico.