Programa nacional deteta espécies invasoras
Portugal tem das maiores zonas económicas exclusivas do globo e, pelo contexto geopolítico e pela atividade comercial e lúdica, os portos e marinas estão expostos a espécies não nativas (NIS). Assim, o CBMA está a desenvolver um plano nacional de monitorização dessas espécies ao longo da costa, usando DNA metabarcoding e técnicas convencionais, para detetar NIS com redes de zooplâncton e na fauna encrustada nas estruturas da marina, pneus e cabos dos barcos”, nota Flipe Costa. Alguns pontos de análise são Viana do Castelo, Leixões, Aveiro e Ponta Delgada. Já se detetaram 24 espécies não-indígenas. O projeto chama-se “NIS-DNA”, tem vários parceiros e teve um financiamento inicial da FCT de 240 mil euros.
O CBMA soma também dois projetos nacionais inseridos no Pacto para a Bioeconomia Azul, liderado pelo consórcio INNOVAMAR e financiado pelo Plano de Recuperação e Resiliência. No primeiro deles, coordenado pelo grupo SONAE, desenvolve um sistema de rastreio de parasitas em peixes selvagens por meio de DNA barcodes, identificando quais são e qual a sua origem e prevalência. “A ocorrência destes parasitas leva os consumidores a rejeitar o peixe parasitado, pelo que importa separar lotes de pescado que vão para consumo direto, ou para outras finalidades como farinhas ou rações”, ilustra Filipe Costa. Já o segundo projeto monitoriza invertebrados que vivem nos sedimentos costeiros, com recurso a DNA metabarcoding, para determinar o potencial de biorremediação das aquaculturas multitróficas integradas, como modelo de exploração sustentável e de minimização dos impactos nos ecossistemas.
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