O nosso coordenador dos espaços verdes

30-06-2023 | Paula Mesquita | Fotos: Nuno Gonçalves

Medalha por 30 anos de serviço público, no 46º aniversário da UMinho, em 2020, ladeado pelo administrador Carlos Menezes

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Fernando Lavrador

Nasceu em Valpaços, Vila Real, há 59 anos e começou a trabalhar na UMinho ainda jovem. O percurso profissional é, praticamente todo, ligado à área da gestão. Mudou quando, em 2014, assumiu na Unidade de Serviços de Gestão dos Campi e Infraestruturas a coordenação dos espaços verdes, juntando “o útil ao agradável”.



Quando começou a trabalhar na Universidade do Minho?
Comecei a trabalhar no Gabinete do Administrador da UMinho, no edifício do Largo do Paço, em 1981, como tarefeiro.

Que funções começou por exercer?
Para além de diversas tarefas administrativas, fiquei responsável pela gestão financeira dos Cursos de Especialização e Pós-graduação destinados à formação de professores e que eram lecionados a distância. Estes cursos eram financiados pelo Fundo Social Europeu (PEDIP, PRODEP e FOCO). Ali trabalhei até 1985. Uma parte do corpo docente da UMinho frequentou estes cursos. [sorriso]
 
Entretanto, continuou os seus estudos e ingressou também na UMinho.
Sim, ingressei, no ano letivo de 1982-83, na antiga licenciatura em Administração Pública Regional e Local. Terminei em 1986-87. No ano seguinte, e até 1989, prestei serviço militar. Depois disso, fui durante dois anos professor de Matemática e Ciências Naturais, no então ensino preparatório.
 
Regressou depois à Universidade do Minho.
Em 1991. Foi nesse ano o início da minha carreira como técnico superior, do quadro de pessoal da instituição. Trabalhei no Gabinete do Administrador e com o pessoal da então Secção de Contabilidade. Eram tempos muitos bons, com ótimo espírito de camaradagem e entreajuda. Partilhei trabalho com a Goretti [Sá] durante 17 anos, até ela assumir a responsabilidade do serviço da Tesouraria [atualmente integrado na Unidade de Serviços Financeiro e Patrimonial].
 
Como foi o seu percurso profissional a partir daí?
Com a saída da colega Natália Martins, assumi mais responsabilidade na Divisão Financeira e Patrimonial, sendo o diretor de serviços já num último período e até 2010. Durante este período fui membro e secretário do Conselho Administrativo da UMinho e representante desta Universidade na comissão diretiva da Biblioteca Lúcio Craveiro da Silva. Entre 2011 e 2012, passei a exercer funções também ligadas à área da gestão e da contabilidade nesta biblioteca. Depois, trabalhei durante um curto período na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro. Regressei mais uma vez à UMinho, em 2013, desta vez para a Escola de Ciências, onde exerci funções durante cerca de um ano.
 

"Não é por me chamar ‘Lavrador’. É só coincidência!” 

Até que se dá uma viragem na tipologia das suas funções.
Verdade! Passei para a Unidade de Serviços de Gestão de Campi e Infraestruturas, sendo responsável pela manutenção dos espaços verdes da Universidade.
 
Gosta do que faz?
Gosto muito do trabalho relacionado com a manutenção e gestão de áreas verdes. Não é por me chamar “Lavrador” [risos]. É só coincidência! Mas a verdade é que, a partir do momento em que tive problemas de saúde e fiquei algo afastado da Universidade, dediquei-me um pouco aos trabalhos ligados à terra e a espaços verdes. Acabei por ganhar o gosto e esta oportunidade de mudar de funções e de trabalhar ao ar livre permitiu-me “juntar o útil ao agradável”!
 
O que o marcou mais ao longo do seu percurso pela UMinho?
Várias coisas. Marcou-me o eng. Aguilar Monteiro, que foi administrador da UMinho, pela imensa autonomia que nos dava no trabalho e no dia a dia. Fazia-nos crescer profissionalmente e tornava o ambiente de trabalho muito agradável. Marcou-me o tempo em que estive na Direção Financeira e Patrimonial, por ser uma área de que gosto muito e por tudo o que uma direção acarretava. E, finalmente, marcou-me o serviço prestado na Biblioteca Lúcio Craveiro da Silva. Pela experiência e pelo contexto novos, apesar das funções serem muito próximas ao que estava habituado a exercer.
 




"Os jardins, parques e áreas arborizadas são um refúgio na agitação académica"

A Universidade do Minho tem, nos seus campi, espaços verdes amplos. Em que medida estes podem contribuir para o bem-estar da comunidade académica?
De várias formas. Os jardins, parques ou áreas arborizadas oferecem um ambiente tranquilo e relaxante a toda a comunidade académica. Pode mesmo ser um refúgio, na agitação da vida académica, na medida em que a interação com a natureza, como caminhar por um jardim ou sentar-se numa área verde pode ajudar a reduzir sintomas de ansiedade e depressão, cuidando da saúde mental dos estudantes, docentes, pessoal técnico, administrativo e de gestão. É também um ambiente propício para a atividade física (caminhadas, corridas, ioga, entre outras). Todos podemos favorecer a saúde em geral, melhorar a concentração, aumentar os níveis de energia e reduzir o risco de doenças relacionadas com o sedentarismo. E, finalmente, os espaços verdes podem ainda servir como áreas de encontro e de interação social.
 
De que forma poderão ser potenciados estes espaços?
A UMinho pode considerar a expansão destes espaços e a criação de novas zonas verdes em locais estratégicos nos campi. Além disso, diversificar este tipo de áreas pode ser também ser interessante. Estou a referir-me, por exemplo, a jardins temáticos, áreas de lazer, espaços para atividades desportivas ao ar livre, entre outros. Os espaços verdes podem ser pensados e desenvolvidos como elementos sustentáveis, recorrendo a sistemas de captação de água da chuva, iluminação eficiente, compostagem de resíduos orgânicos vegetais e a utilização de materiais ecológicos. Isso não só promove a sustentabilidade ambiental, como também educa e inspira a comunidade académica a adotar práticas sustentáveis. Os espaços verdes podem ser utilizados como palco para a realização de diversas atividades outdoor, como aulas, workshops, eventos culturais e desportivos. A Universidade pode promover e apoiar essas iniciativas, incentivando a comunidade académica a aproveitar os espaços verdes de maneira ativa e participativa.
 
Há, primeiro, um trabalho de sensibilização.
Devemos promover programas de sensibilização e educação ambiental, destacando a importância dos espaços verdes para o bem-estar e a sustentabilidade. Isso pode ser feito através de campanhas de consciencialização, palestras, cursos e workshops relacionados com a natureza, a biodiversidade e a conservação da natureza. Por outro lado, é importante garantir que os espaços verdes sejam acessíveis e convidativos para toda a comunidade académica. Isso inclui a criação de caminhos pedonais acessíveis, instalação de mobiliário urbano confortável (como bancos e mesas) e a presença de sinalização adequada para orientação e informação dos utentes e visitantes. Considero que este trabalho deve envolver todas as pessoas que fazem parte da UMinho, ouvindo e aceitando as suas opiniões e ideias e trabalhando em conjunto para desenvolver e aproveitar ao máximo estes espaços.



  Notas breves

  Um livro. “O Estrangeiro”, de Albert Camus.
  Um filme. “O Padrinho”, de Francis Ford Coppola.
  Uma música. “Mother”, de John Lennon.
  Uma figura. Martin Luther King Jr.
  Um passatempo. Caça.
  Um prato. Massa à lavrador.
  Uma viagem/um sítio. República Dominicana.
  Um momento. O nascimento dos meus filhos.
  Um vício. Tabaco.
  Um defeito. Sou teimoso.
  Um sonho. Chegar à reforma com alguma saúde.
  Um lema. Viver a vida.
  A UMinho. Desempenhou um papel fundamental na minha formação académica, pessoal e profissional.