A Escola de Direito da Universidade do Minho (EDUM), ao contrário das congéneres, não tem a sua fachada virada para o centro do campus de Gualtar, em Braga. Parte da justificação vem de 2005, aquando da sua construção. Foi então encontrado no subsolo um aqueduto com 91.5 metros de extensão, que terá abastecido a cidade de Bracara Augusta. A zona de Gualtar esteve também associada à exploração de água para abastecimento da Braga setecentista.
O estado de conservação e a dimensão da estrutura convenceram a Reitoria e a presidência da EDUM a manter in situ parte do troço, o qual se veio a tornar um ex-libris da EDUM. Ainda assim, muitos dos que por ali passam desconhecem o monumento e a sua importância.
A escavação daquelas ruínas ocorreu em 2005 e, sobretudo, entre outubro e dezembro de 2006, envolvendo dez membros da Unidade de Arqueologia da UMinho (UAUM), liderados por José Manuel Freitas Leite. O relatório da equipa elogiou o bom estado da estrutura, desde as cápeas de cobertura, as pedras laterais, os blocos dos alçados e as tégulas do lastro, algumas com a marca “rabo de peixe” do oleiro fabricante, que fora já encontrada noutros contextos de Bracara Augusta.
O aqueduto juntava três pormenores curiosos: a largura interna de 1.8 por 0.4 metros visível em certas partes, a suave inclinação (0.06/100 metros) para facilitar o fluxo da água e, ainda, uma caixa intermédia de depósito, em tijoleira, que permitia a decantação de areias e partículas orgânicas (devia ser limpa periodicamente), garantindo assim uma melhor qualidade da água.
O relatório deu também nota da destruição parcial da conduta romana em anos recentes, devido sobretudo às terraplanagens para erigir a EDUM e os seus acessos (não se previa ruínas e terá havido descuido), mas também a golpes de arado (práticas agrícolas) e ao saque clandestino de pedras (talvez para muros terceiros).
Parte do espólio não visível do aqueduto mantém-se no local, mas por baixo dos nossos pés, tendo sido protegida em 2006 com geotêxtil e depois com camadas de gravilha e de terra, numa parceria entre os arqueólogos e os Serviços Técnicos da UMinho. Outra parte do acervo da conduta foi recolhida, depositada e tratada no Museu de Arqueologia D. Diogo de Sousa, em Braga.