Ligada a cinco projetos PRR
Que outros projetos em que está envolvida lhe causam expectativas?
Ultimamente, tenho dedicado grande parte da minha investigação a vários projetos do PRR: o Pacto da Bioeconomia Azul, o Be@t, o Lusitano, o Giatex e o BioShoes4All. Na UMinho, têm também a cocoordenação do professor Raul Fangueiro. Estes projetos são um desafio constante e todos estão relacionados com a economia circular, o aproveitamento de resíduos e novas soluções para a indústria têxtil. Devido à relevância destas temáticas e à urgência de encontrar soluções, sinto-me com a elevada responsabilidade de tentar contribuir para resolver alguns dos problemas atuais da indústria têxtil e do meio ambiente, contribuindo para um futuro melhor. Estou convicta de que estes projetos contribuirão para o meu crescimento científico, da nossa equipa de investigação, do próprio 2C2T, da Escola de Engenharia e da UMinho. Penso que a nossa dedicação abrirá novas possibilidades de colaboração com o tecido empresarial, com a sociedade em geral e contribuirá para consolidarmos esta área de investigação.
Quais são os maiores desafios contemporâneos da investigação na área têxtil?
A indústria têxtil enfrenta desafios muito significativos. Desde logo, a necessidade de desenvolver materiais e processos mais sustentáveis, em resposta às crescentes preocupações ambientais. É imperativo encontrar alternativas aos materiais tradicionais e explorar técnicas de produção que reduzam o consumo de recursos naturais e a produção excessiva de resíduos. Devemos centrar esforços na procura de novas fontes naturais de fibras, nomeadamente a biomassa marinha, as plantas ou resíduos de plantas que ainda são pouco explorados e até algumas espécies invasoras. Outro desafio importante é o aproveitamento de resíduos. Nos próximos tempos, a indústria têxtil será alvo de forte regulamentação relacionada a processos de reciclagem.
O que é preciso concretizar?
Devemos estar alinhados com o desafio de aproveitar todos os resíduos das várias fases de produção para desenvolver novos fios reciclados, utilizando grandes percentagens de fibras recicladas. Além disso, é preciso otimizar os processos de reciclagem e separação, com vista ao melhor aproveitamento dos têxteis pós-consumo. É também de notar que a rápida evolução da tecnologia está a transformar a indústria têxtil, exigindo que os investigadores acompanhem constantemente as inovações e adaptem as suas abordagens de investigação. Isto inclui a integração de tecnologias digitais, como a impressão 3D e a fabricação digital, para criar produtos e processos mais eficientes. Em resumo, os maiores desafios neste setor envolvem a procura pela sustentabilidade, a adaptação às inovações tecnológicas e a garantia de qualidade e conformidade regulatória num ambiente global em constante mudança.
|