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A educação sem esperança não é educação
30-09-2024
Flávia Vieira
As escolas são organismos vivos, lugares inquietos, cenários de transformação. Devemos conhecer o que lá se passa antes de abraçar discursos romantizados, fatalistas ou simplesmente banais.
O ensino é uma profissão de grande complexidade, tanto pelas exigências que apresenta, como pelos desafios e paradoxos que a atravessam.
Espera-se que a escola promova uma educação cada vez mais humanista, inclusiva e democrática, sublinhando-se a sua dimensão social na superação das desigualdades e na construção de um mundo mais justo e sustentável; espera-se que prepare os alunos para serem agentes de transformação individual e coletiva, desenvolvendo um conhecimento plurifacetado da realidade e competências de autonomia, criatividade, pensamento crítico e cidadania. Tudo isto está previsto nas recomendações e políticas educativas (trans)nacionais, nos programas de formação profissional, nos projetos educativos das escolas e também nas práticas de muitos professores.
Mas nada disto é simples ou fácil de concretizar. Os currículos-mosaico dificultam a relação entre as disciplinas, e entre a escola e a vida; os programas, manuais e avaliações iguais para todos dificilmente respondem à diversidade ou atenuam as desigualdades; o elevado rácio aluno-professor coloca limites à diversificação de práticas e a um ensino diferenciado; a precarização e a burocratização do trabalho dos professores afetam o seu bem-estar e a sua missão de educar; e a desvalorização social da profissão desacredita-a e torna-a pouco atrativa, apesar da sua indiscutível relevância.
Quando o tema de conversa é a educação, encontramos os otimistas, os pessimistas, os céticos e os cínicos. Por mim, que trabalho na formação de professores há 40 anos, diria que a educação sem esperança não é, verdadeiramente, educação. Ter esperança em educação significa pensar e agir no campo da possibilidade, entre um real que nos desencanta e um ideal que nos apaixona. Ter esperança em educação significa conhecer e problematizar a realidade, lidar com dilemas e contradições, subverter o estabelecido, mostrar que há caminhos alternativos, denunciar irracionalidades e reclamar melhores condições. As escolas são prova disto. São organismos vivos, lugares inquietos, cenários de luta e transformação. Devemos conhecer o que lá se passa antes de abraçar discursos romantizados ou fatalistas, ou simplesmente banais.
O ensino é uma profissão de grande complexidade, sim, e com um impacto social profundo. Haverá sempre exigências, desafios e paradoxos. E por isso é uma profissão admirável, que requer coragem, determinação e resiliência. Pensar e agir no espaço da possibilidade é viver a profissão de uma forma esperançada, simultaneamente realista e utópica, que nos leve por onde queremos ir e não por onde nos queiram levar.
Professora catedrática do
Instituto de Educação
da UMinho e investigadora do Centro de Investigação em Educação (
CIEd
)
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