Cláudia Barros, investigadora do Centro de Estudos Humanísticos da Universidade do Minho (
CEHUM), está a levar o antigo Egipto e Médio Oriente ao público em geral, através do site “
Ancient Egypt”, do canal YouTube “
Debaixo dos pés da Esfinge” e do livro infantil “
As aventuras do pequeno Ramsés”, lançado este mês. O objetivo é informar e desmistificar sobre aspetos da história e da cultura daquelas civilizações antigas.
“Decidi partilhar a paixão desmedida que tenho, desde cedo, pelo mundo dos faraós e quero sensibilizar para a sua importância, explorando temas sociais, políticos, religiosos, económicos e esclarecendo algumas polémicas”, frisa Cláudia Barros. O site “Ancient Egypt: What to know when you know nothing” é o seu primeiro projeto. Criado em 2021, traz sínteses, cronologias, glossários, revisões de livros e curiosidades. Por exemplo, sabia que no antigo Egipto a mulher podia gerir propriedades, testemunhar em tribunal e até divorciar-se? Ou que as pirâmides de Gizé foram erigidas com operários pagos e não com escravos como cita a “Bíblia”? Ou que a língua egípcia incluía sons e palavras que imitavam os animais?
A autora partilha ainda no YouTube vários vídeos e estórias, mas o novo projeto é o seu livro infantil editado pela Cordel de Prata. Ao longo das 54 páginas, vemos o príncipe Ramsés que sonhava ser faraó, mas a coroa do pai é grande e isso deixa-o triste. O deus Thot aparece como por magia e propõe uma viagem pelos recantos do Próximo Oriente a Ramsés (e ao seu leãozinho Seneb), que sem perceber dá passos rumo ao seu sonho. “A ideia é levar o mundo dos construtores das pirâmides aos mais novos, de forma divertida e estimulante”, realça a autora.
Cláudia Barros vai também lecionar o curso breve online “
O legado dos Faraós: uma viagem pela transculturalidade do Antigo Egipto”, de 13 de novembro a 22 de janeiro de 2025, no âmbito do CEHUM. Os primórdios da Egiptologia, os governos, a construção das pirâmides e túmulos, o poder da crença, a mumificação e os avanços na medicina, a escrita hieroglífica e o fenómeno da egiptomania são alguns dos temas que vai abordar.
A bracarense de 27 anos fez a licenciatura e o mestrado em
Arqueologia na UMinho, onde é atualmente investigadora de doutoramento em
Ciências da Cultura. Dedica a sua tese às origens e aos ataques dos nómadas hapiru, que há mais de 3000 anos invadiram e usurparam algumas das colónias egípcias da região do Levante. Além disso, participou em escavações em Marrocos (Ksar Sghir) e Portugal (Boticas, Guimarães, Viana do Castelo), é a delegada para Portugal da Asociación Galega de Exiptoloxía, tem publicado em revistas científicas, realiza palestras e cursos e é igualmente tradutora da “World History Encyclopedia”, no âmbito da Assirologia e Egiptologia.