Três grupos alimentam a cultura na UMinho há 40 anos!

21-12-2024 | Pedro Costa

Grupo de Música Popular da Universidade do Minho

Grupo de Fados da ARCUM

Grupo de Poesia da Universidade do Minho

O Grupo de Música Popular da Universidade do Minho, nos anos 90

Grupo de Fados, nos anos 80 - Nuno de Carvalho, António Nogueira, Jaime Lima Leite, Vítor Almeida e Silva, José Lino Gomes, João Moura e Luís Veloso

O Grupo de Poesia da UMinho, no ano 2017/18

Afonso Silva é presidente da ARCUM - Associação Recreativa e Cultural Universitária do Minho

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Os grupos de Poesia, de Música Popular e de Fados da ARCUM são os mais antigos no ativo e atuaram nesta quadra com atuais e antigos membros.





As vivências de uma academia trazem, inevitavelmente, formas de fruição e revisitação das artes e da cultura. A Associação Recreativa e Cultural Universitária do Minho (ARCUM) dedica-se à recolha, investigação, divulgação e ensino da música portuguesa, à defesa da etnografia e património imaterial, bem como à promoção do intercâmbio cultural e recreativo. Entre os grupos fundadores da ARCUM encontram-se três que este ano completam 40 anos de existência: o Grupo de Música Popular, o Grupo de Poesia, Guitarra e Flauta e o Grupo de Fados de Coimbra. O NÓS falou com o presidente da ARCUM, Afonso Silva, para nos traçar as perspetivas das dinâmicas culturais destes três projetos.

O Grupo de Música Popular da Universidade do Minho é considerado percursor destes grupos. Tem vindo desde então a desenvolver a sua atividade em prol da recolha e divulgação da música tradicional portuguesa e dedica-se à execução de temas populares, como também à sua recriação, interpretados por um coro harmoniosamente associado à simplicidade dos sons dos instrumentos populares, como cavaquinho, violas braguesa e amarantina, bandolins, flautas, precursões, entre outros. No seu percurso, já fizeram parte deste coletivo cerca de 300 elementos, o que faz do grupo um veículo privilegiado de contacto com antigos estudantes da universidade.
 
O Grupo de Poesia, Guitarra e Flauta foi remodelado em 2006, denominando-se Grupo de Poesia da Universidade do Minho. Tem nos seus objetivos preservar e divulgar a melodia da guitarra portuguesa na sua vertente coimbrã e explora as potencialidades daquele instrumento, nomeadamente a sua fusão com a flauta, quer no campo instrumental, quer como suporte de alguns trechos de lírica portuguesa. A divulgação da poesia de poetas lusos, bem conhecidos e também menos conhecidos, é outra das apostas. Uma das marcas deste grupo é a participação no CD de originais “Estes anos são viagem”, patrocinado pela Associação Académica da UMinho. Já o Grupo de Fados da ARCUM, então f
undado como Grupo de Fados de Coimbra, procura preservar e divulgar o fado de Coimbra como património cultural que une todos os estudantes e é parte fundamental da sua identidade e história. Além de temas intemporais do repertório coimbrão, o grupo interpreta temas originais que dão um pouco do Minho ao fado. 

 
Como se articulam as atividades destes três grupos 40 anos depois?
O Grupo de Música Popular (GMP), após alguns interregnos, tem vindo a organizar concertos e a participar em festivais de folk e world music pelo país. Com cada vez mais elementos, tem tido uma presença crescente na comunidade académica e nos seus eventos, além de captar um interesse cada vez maior. Os ensaios semanais e os recorrentes convívios e encontros dos seus elementos criam uma atmosfera fantástica de partilha, criação e desenvolvimento musical. No que toca ao Grupo de Fados, recentemente reativado por membros ativos da ARCUM, também tem tido um crescimento significativo, com uma presença sonante nas atividades em que participa, dedicando-se a recriar e interpretar temas clássicos do fado de Coimbra, além de desenvolver originais próprios. Já o Grupo de Poesia é muito distinto dos restantes da academia. Tem como foco a poesia musicada, interpretando temas clássicos de vários géneros musicais (do rock à música popular brasileira), que servem de base à declamação de textos líricos de vários autores lusos, desde os desconhecidos aos contemporâneos.
 
De quem partiu a iniciativa do concerto comemorativo do passado dia 15, no Conservatório Gulbenkian, em Braga?
A ideia de celebrar uma data tão marcante surgiu em conversa entre os membros ativos dos vários grupos e os membros mais antigos. Vimos a oportunidade como um momento de partilha e convívio, de histórias e inovação. Todos se mostraram muito envolvidos na realização do concerto, com uma presença em força de membros fundadores e de outros que passaram pelos grupos durante estas décadas. Em retrospetiva, não vemos melhor maneira de celebrar este nosso 40º aniversário!
 
Quais são os planos da ARCUM para manter o legado destes (e de outros) grupos culturais?
A ARCUM é essencial na preservação das tradições académicas e culturais minhotas. Mantém um esforço contínuo de presença na academia, na vida dos estudantes e no município de Braga, onde as suas atividades e grupos culturais são verdadeiros agentes de atração do público académico ao centro da cidade. Realizando vários eventos ao longo do ano, a ARCUM demonstra as experiências e vivências apenas possíveis quando se faz parte de um grupo cultural, além de potenciar a experiência universitária dos seus membros: a partilha, o convívio e o desenvolvimento pessoal são pilares que se interligam. A ARCUM tem crescido a cada ano, com inúmeros estudantes a procurar os seus grupos! O associativismo é a base essencial para a manutenção dos seus vários coletivos, bem como para captar novos elementos. Desta forma, a presença, a comunicação e a participação na vida extracurricular académica continuarão a ser as apostas da ARCUM.