A cara da Juventude da Cruz Vermelha no sul da Europa

22-12-2017 | Pedro Costa

No acolhimento aos novos alunos da UMinho, em 2011

No cortejo do Enterro da Gata, como finalista do mestrado integrado em Psicologia da Justiça e Comunitária

Aquando da imposição de insígnias na UMinho, ao lado do avô e da mãe

Numa campanha de sensibilização do Dia Internacional da Juventude

A celebrar os 150 anos da Cruz Vermelha Portuguesa

No Encontro Nacional da Juventude Cruz Vermelha, em 2016

Reunião com as Sociedades Nacionais da Cruz Vermelha de língua portuguesa

A intervir num workshop do "Atlantis Youth Camp", com voluntários das Sociedades Nacionais da Região do Mediterrâneo

Tiago Costa a pedir em casamento a namorada Filipa Mendes, em setembro de 2017

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Tiago Costa

O fafense de 27 anos é líder nacional da Juventude Cruz Vermelha e mestre em Psicologia na UMinho, onde dirigiu a Associação de Estudantes de Psicologia, o Dep. Formação e Recursos Humanos da AAUM e estagiou no Serviço de Consulta da Escola de Psicologia.


Recorda-se do primeiro dia em que chegou à UMinho?
Recordo-me perfeitamente! Apanhei o autocarro de Fafe para Braga e fui sozinho fazer a matrícula. Desde o primeiro momento que me senti em casa, fiquei desde logo bastante entusiasmado com o ambiente e com o espirito académico.
 
Sentiu mais curiosidade ou receio?
Não senti qualquer receio. Tenho um amigo que já estudava na UMinho e que sempre me passou uma mensagem muito positiva relativamente a esta universidade e à vida académica. Nesse dia estava bastante descontraído, com vontade de conhecer pessoas novas e de iniciar o meu processo de integração o mais rápido possível.
 
O que o levou a optar pelo curso de Psicologia?
Sempre senti necessidade de dar o melhor de mim em prol dos outros. Sempre senti também necessidade de compreender melhor os outros, assim como a mim próprio. Acho que em Psicologia conseguimos encontrar muitas destas respostas. Quando tinha 13 ou 14 anos, decidi que queria ser psicólogo e, desde aí, que só descansei quando vi que tinha sido colocado na UMinho. Nunca pensei sequer na possibilidade de ingressar noutro curso superior.
 
Que tipo de aluno era? Interventivo ou mais discreto?
Sou uma pessoa bastante discreta e isso refletiu-se no meu percurso académico. No entanto, sempre que achava que o meu contributo poderia ser útil ou que poderia acrescentar algo de novo a determinada discussão, tornava-me mais interventivo. Não gosto de falar por falar! Sou bastante espontâneo, mas, ao mesmo tempo, em cada intervenção que faço, independentemente do contexto, sou também bastante ponderado e apenas intervenho se achar que tenho algo útil a acrescentar.
 
Que importância teve a passagem pela UMinho para o seu desenvolvimento profissional?
Foi extremamente importante! Deu-me as bases e a formação necessária para ingressar no mercado de trabalho. O meu percurso extracurricular, na Associação Académica da UMinho e na Associação de Estudantes de Psicologia da UMinho, deu-me igualmente muitas competências transversais para me tornar um profissional mais competente.
 
Depois de se diplomar, que trabalhos desempenhou e como correu?
Enquanto estava à procura de emprego na minha área, trabalhei num bar académico, o Stephane. Na altura precisava de ganhar algum dinheiro para continuar a viver em Braga e não estar a sobrecarregar a minha mãe. Foi uma experiência interessante; não foi fácil, mas permitiu-me tornar-me mais desinibido e aprender muito nas “conversas de café”. Após esta experiência, iniciei o meu percurso profissional na Cruz Vermelha.
 

“Aproveitem, porque 'estes anos são viagem'”

Como é trabalhar numa instituição com a dimensão e imagem como a Cruz Vermelha?
É um privilégio enorme! É a maior organização humanitária do mundo, o que por si só faz com que todos os seus colaboradores e voluntários se sintam bastante gratificados por aí pertencerem. Trabalhar na área social, e particularmente na Cruz Vermelha, é muito exigente e muitas vezes temos que fazer vários sacrifícios pessoais em prol do nosso trabalho. No entanto, não há coisa melhor do que acordar todos os dias feliz por ir para mais um dia de trabalho. Ter a possibilidade de trabalhar todos os dias para gerar um impacto positivo nas comunidades, especialmente as mais vulneráveis, traz-me um sentimento de satisfação e realização pessoal que não consigo sequer descrever!
 
Que funções tem assumido na instituição?
Sou desde janeiro de 2016 coordenador nacional da Juventude Cruz Vermelha Portuguesa, o departamento juvenil da organização. Trabalho todos os dias com jovens e para jovens. É muito sério, mas ao mesmo tempo muito informal, isso faz-me sentir “na minha praia”. Além disso, em outubro de 2017, fui eleito por unanimidade para coordenar a rede de Juventude das Sociedades Nacionais da Cruz Vermelha do Sul da Europa [junta 14 nações: Albânia, Andorra, Bósnia e Herzegovina, Croácia, Chipre, Eslovénia, Espanha, França, Grécia, Itália, Mónaco, Montenegro, Portugal, San Marino]. Este desafio interessante irá permitir-me também trabalhar para gerar impacto a nível internacional.
 
O que faz nos tempos livres?
Acima de tudo, gosto de passá-los com a minha noiva Filipa, a minha família e os meus amigos. Gosto de ir ao cinema, ver séries televisivas, ir à praia, jantar fora, jogar futebol, passear, conhecer locais e culturas novas.
 
Daqui a dez anos, onde imagina estar a trabalhar?
Na Cruz Vermelha, sem dúvida! É óbvio que ninguém sabe o dia de amanhã, mas neste momento sinto que quero fazer todo o meu percurso profissional na instituição. Sou completamente apaixonado pela Cruz Vermelha, pelos seus princípios fundamentais e pelo trabalho que tenho vindo a fazer. Quero continuar ligado a esta organização, seja em Portugal ou no âmbito internacional. Se por algum motivo deixar a ligação à Cruz Vermelha, muito provavelmente será para me manter ligado à área social, mais concretamente a questões humanitárias.
 
Que mensagem deixaria neste momento a um(a) aluno(a) da UMinho?
Os anos académicos são, sem dúvida, alguns dos melhores anos da nossa vida! Na Universidade passamos por um processo de construção pessoal e profissional. É onde adquirimos conhecimento que nos acompanha na nossa vida profissional, é onde criamos relações de amizade que levamos para a vida, é onde podemos encontrar a mulher das nossas vidas (como foi o meu caso), é onde vivemos momentos que levamos na memória para sempre. Assim, a mensagem que deixo é que aproveitem ao máximo cada momento. Que equilibrem bem os estudos com tudo o resto que a vida académica nos oferece. Que aproveitem até à última gota, porque de facto “estes anos são viagem”!
 


Curiosidades
 
Um livro. Sendo honesto, não tenho por hábito ler livros. Mas diria o “Memorial do Convento”, de José Saramago.
Um filme. “O Rapaz do Pijama às Riscas”, de Mark Herman. Acho que o Holocausto nos ensina os erros que a humanidade não poderá voltar a cometer!
Uma música. Neste momento, "Perfect", do Ed Sheeran. Vou casar em 2018, ando muito romântico!
Um clube. Sporting, claro!
Um desporto. Futebol, quer para jogar como para assistir.
Um passatempo. Ver séries televisivas e documentários.
Um destino. Só um? Dois, vá… Egito e Japão.
Um prato. Gastronomia portuguesa. Gosto de tudo!
Um vício: A Cruz Vermelha! É muito difícil separar a vida pessoal da profissional.
Uma personalidade. Há várias que me inspiram no dia-a-dia. Se for uma, talvez Nelson Mandela.
Um momento. 23 de setembro de 2017, ao pedir em casamento a minha namorada. Avisei que ando romântico! [risos]
Uma frase. “Be the change that you wish to see in the world” ("Sê a mudança que desejas ver no mundo"), de Gandhi.