“Satisfaz-me cumprir os prazos num trabalho ou num serviço”

22-01-2018 | Paula Mesquita

Filipe Cracel Fernandes tem 44 anos e começou a trabalhar na UMinho em 1993, no Instituto de Letras e Ciências Humanas

As suas primeiras funções foram desenvolvidas nos Laboratórios de Línguas, no apoio a aulas e eventos que ali decorriam

Filipe Fernandes (à direita) aquando de uma visita do Presidente da República, Jorge Sampaio, aos laboratórios do ILCH

Após 17 anos no ILCH, veio para a Escola de Direito, também no campus de Gualtar, onde é responsável pelo gabinete técnico

Está prestes a celebrar 25 anos de trabalho na UMinho, o que considera “uma grande satisfação e realização pessoal”

Adora tocar e ensinar cavaquinho, como se viu no II Encontro Nacional de Tocadores de Cavaquinho (atrás, à direita), Vila Verde

1 / 6

Filipe Cracel Fernandes

Tem 44 anos e nasceu em S. Victor, Braga. Fez o percurso escolar na cidade e, na altura das decisões, optou por estudar Eletricidade, área em que ainda trabalhou. No caminho cruzou-se com a UMinho: veio para o Instituto de Letras e Ciências Humanas e, quase duas décadas depois, mudou-se para a Escola de Direito, onde é técnico de informática, audiovisuais e multimédia.



Quando chegou à Universidade do Minho?
Iniciei funções a 24 de maio de 1993, na sequência de uma candidatura a um concurso para uma vaga de quadro, nos Laboratórios de Línguas, no Instituto de Letras e Ciências Humanas (ILCH).
 
Já não era o seu primeiro emprego?
Não.  A minha formação é na área da eletricidade. Tirei o curso em Mazagão. Inclusivamente, estou inscrito na Direção-Geral de Energia como técnico responsável por instalações elétricas. Comecei por trabalhar numa empresa em nome individual, de pequena dimensão, e de seguida trabalhei na Tripolar - Eletricidade e Telecomunicações, S.A.
 
As suas primeiras funções no ILCH fizeram-no mudar de área e de equipamentos.
Sim. Na altura, o ILCH estava equipado com dois Laboratórios de Línguas, um deles funcionava com gravadores áudio de bobines e o outro funcionava com gravadores de cassetes áudio. Existiam ainda vários equipamentos de reprodução e de gravação audiovisual, mas não havia computadores, apenas uma máquina de escrever no gabinete onde comecei a trabalhar, que era partilhada por todos os colegas. O meu trabalho relacionava-se com a instalação, manutenção e manuseamento de todos esses equipamentos, para dar apoio a aulas e a eventos que decorriam naqueles espaços, fossem internos ou externos à UMinho.
 
Como foi o seu percurso desde então pelo ILCH?
Tentei sempre aperfeiçoar os conhecimentos técnicos e métodos de trabalho, de modo a exercer as funções com eficiência e correção. O local onde trabalhamos deve ser um sítio de realização profissional e pessoal e o ILCH proporcionou-me muita aprendizagem, contribuindo para a minha formação pessoal e profissional. Devido ao bom relacionamento com os colegas de trabalho, fui eleito o representante dos funcionários nos órgãos do ILCH. Com a chegada dos primeiros computadores à UMinho, os Laboratórios de Línguas foram substituídos por laboratórios de informática. Graças a essa transformação, foi-me dada a oportunidade de fazer formação na área. Fiz o curso de Especialização em Interpretação de Conferência, no âmbito do qual trabalhei com vários tipos de equipamento de tradução simultânea. Felizmente, adquiri muito conhecimento e experiencia profissional neste ramo.
 
Passados 17 anos de trabalho no ILCH, mudou-se para a Escola de Direito.
Em meados de 2010 fui convidado para trabalhar na Escola de Direito. Creio que o convite surgiu de colaborações anteriores que eu tivera. A Escola de Direito estava, naquela altura, a instalar-se no novo edifício, também no campus de Gualtar, e isso contribuiu para a minha decisão, pois um dos desafios que me proporiam seria equipar os auditórios com meios audiovisuais, permitindo que os eventos organizados por esta Escola se realizassem no seu próprio edifício. E a verdade é que, mais tarde, as condições dos espaços refletiram-se no relatório de atividades elaborado no ano seguinte, constatando-se que, nos primeiros seis meses de atividade, decorreram cerca de 70 eventos. Também colaborei no equipamento da Biblioteca da Escola. Como está aberta ao público, é importante que disponibilize aos utentes todos os meios técnicos necessários.
 
Que funções desempenha atualmente?
Sou o responsável pelo gabinete técnico da Escola de Direito e desempenho funções nas áreas da informática, audiovisuais e multimédia, nomeadamente na preparação de aulas, eventos, entrevistas e provas académicas, pelo que colaboro com docentes, alunos e colegas dos serviços administrativos, do gabinete de comunicação, dos centros de investigação e da biblioteca.
 
O que é que o satisfaz mais no seu trabalho?
Satisfaz-me cumprir os prazos na entrega de um trabalho ou na realização de um serviço. Sem dúvida alguma que esta é uma característica que as pessoas mais admiram. Acredito, até, que o cumprimento de prazos e a qualidade com que fazemos qualquer tarefa são as particularidades mais apreciadas. Nem sempre é fácil; basta o atraso de um dia, uma resposta que fica por dar…
 
Qual foi o momento que mais o marcou na Universidade? Porquê?
Foi o meu primeiro dia de trabalho. Está quase a fazer 25 anos e é uma grande satisfação e realização pessoais. Sinto-me agradecido pela oportunidade que tive de trabalhar nesta instituição, pela confiança depositada nas minhas capacidades, pelos amigos que fiz, pela aprendizagem e pelas experiências adquiridas. Foram anos de dedicação, trabalho, conhecimento e muito crescimento pessoal e profissional.
 
Divide o seu tempo entre a UMinho e iniciativas culturais. Fale-nos um pouco sobre essa experiência.
Toco e ensino a tocar cavaquinho! Na freguesia onde vivo consegui formar o Grupo de Cavaquinhos de Soutelo, da associação Estrelas Milenares, e que tem quase quarenta elementos, maioritariamente crianças. Daí em diante, o meu gosto e incentivo alargou-se e acabou por despertar o interesse de outras associações culturais, onde acabei por vir a colaborar: o Grupo de Cavaquinhos da Fundação Inatel, em Braga; o Grupo de Cavaquinhos de Gualtar, em Braga; o Grupo de Cavaquinhos do Rancho Folclórico de Santa Eulália de Cabanelas, em Vila Verde; o Grupo de Cavaquinhos da Casa do Povo de Prado; o Grupo de Cavaquinhos de Atiães, em Vila Verde; o Grupo de Cavaquinhos de Espinho, em Braga; o projeto Despertar Tradições, da EDP e da Associação Sociocultural e Desportiva de Valdosende, em Terras de Bouro; e a Tuna de Direito da Universidade do Minho.
 
O que o levou a envolver-se nessas iniciativas?
Um dos meus passatempos é o cavaquinho. Trata-se de um instrumento musical genuíno que se associa diretamente à cidade de Braga. Sendo eu de Braga e a viver em Vila Verde, este gosto e dedicação foi a forma que encontrei para fortalecer a cultura do meu concelho.
 
Considera que esta atividade cultural é importante para o seu desempenho profissional?
A música proporciona bom ambiente. Melhora-o e é propício para se criar ligações e fazer amigos. Além disso, ajuda muito à concentração e à aquisição de bons hábitos e métodos de trabalho: aprende-se a trabalhar melhor, tanto em equipa como individualmente. Promove a autoestima, a confiança, a responsabilidade e melhora a capacidade de memorização. Tudo isto é ótimo tanto para o campo pessoal como para o profissional!
 
 

  O que mais podemos saber sobre Filipe Fernandes
  
  Um livro. “Os Miseráveis”, de Victor Hugo.
  Um filme. “Braveheart - O Desafio do Guerreiro”, de Mel Gibson.
  Uma música. "Um Contra o Outro", dos Deolinda.
  Uma figura. Francisco Salgado Zenha.
  Um passatempo. Futebol.
  Uma viagem. Havana, Cuba.
  Um prato. Lampreia à bordalesa.
  Um clube. Sporting Clube de Braga.
  Um momento. Nascimento do meu filho.
  Um vício. O cavaquinho.
  Um defeito. Perfecionismo.
  Um sonho.  Viver com saúde.
  Um lema. Um dia de cada vez.
  A UMinho. A minha segunda casa.