Uma escola imaginada ao contrário
No congresso também se sonhou. Imaginou-se uma escola ao contrário, em que o que é aborrecido é pouco e o que é divertido e entusiasmante é muito ou é, pelo menos, mais. Para os alunos e para os professores. Com os seus assistentes, o professor terá oportunidade de se centrar no fundamental, isto é, na pedagogia e nos processos de aprendizagem. Já para os alunos antecipam-se tutores virtuais capazes não só de identificar os talentos e dificuldades de cada um, mas também de preparar exercícios ou abordagens personalizadas. Será uma educação em que a informação certa chega ao aluno no momento certo, prevê Scott Bolland.
Mas e se, em determinado momento, o aluno ou professor não quiserem que seja um programa a decidir o seu estilo de aprendizagem? Ou que se saiba o seu estado de espírito? E se quiserem ser eles próprios a tomar estas decisões? Como saber o que o programa decide pelo aluno ou pelo professor? Os riscos também foram para aqui chamados. A IA é tanto melhor quanto mais invisível, concordaram os investigadores e engenheiros em geral.
“Mas são algoritmos e algoritmos são opções. Onde ficam as esferas de decisão?”, questionou António Osório, professor do Instituto de Educação da UMinho. Para dar respostas e usar bem os avanços científicos e tecnológicos, é preciso criar redes interdisciplinares que trabalhem em colaboração, referiu o responsável pela organização do evento. No final, ficou a aparente segurança de que as máquinas nunca serão humanas e que caberá sempre ao ser humano assegurar que a IA faz o que deve e não o contrário.
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